A Comissão Municipal de Emprego e Renda esteve novamente reunida na manhã desta última quinta, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), com a presença de representantes dos estaleiros e de grandes empresas da cidade para ouvir deles sugestões sobre ações a serem desenvolvidas para que os cursos profissionalizantes do Pronatec, previstos para acontecerem em 2014, atendam às reais necessidades do empresariado. Está prevista a realização de 146 cursos, que disponibilizarão 3.426 vagas aos rio-grandinos.
Os participantes do encontro mais uma vez ressaltaram a necessidade das pessoas escolherem cursos adequados à sua vocação. Neste aspecto, o gerente administrativo da Ecovix, Ortemar Miranda Gonçalves, observou que a empresa está com alto índice de demissão em função da falta de perfil de muitos trabalhadores para as funções escolhidas por eles. “Duzentas pessoas demitidas por mês é um índice muito alto. Se não atentarmos para este problema, vai aumentar ainda mais o currículo de cursos que não se enquadram nas empresas”, disse ele.
Parceria das empresas
O presidente da Comissão Municipal de Emprego e Renda, Carlos André Pavão Xavier, falou na importância das empresas serem parceiras na realização dos cursos profissionalizantes podendo, inclusive, apadrinhar alguns cursos e profissões, bem como ajudar na divulgação e na conscientização dos interessados com relação às suas vocações.”Temos a intenção de ainda este ano fechar um pacote de soluções. Seria muito bem-vindo da parte do empresário o apoio da área técnica das empresas dentro das salas de aula, nos treinamentos que ocorrerão em 2014”, declarou.
A secretária municipal de Cidadania e Assistência Social, Cristina Juliano, falou do Acessuas, que é um programa para apoiar o acesso de quem está no Cadastro Único aos cursos do Pronatec, sendo prioridade para quem está no BPC e Bolsa Família. “No Rio Grande do Sul, 48 mil pessoas que estão na linha de pobreza já foram qualificadas pelo Pronatec para entrar no mercado formal. Como nenhum segmento nada faz sozinho, é importante estarmos todos juntos: trabalhadores, governo e empresários”.
O representante da Intersindical na Comissão de Emprego e Renda, Daniel de Alvarenga Pereira, voltou a falar na questão da vocação. “Não adianta o governo investir recursos expressivos nos cursos e não ter aproveitamento. Não adianta ser um mau mecânico, quando a pessoa poderia ser um bom padeiro. A cidade tem de crescer como um todo e os cursos precisam atender a todos os segmentos, não apenas ao Polo Naval”.
O representante do Grupo Guanabara, Renato Silveira, informou que sua empresa irá participar e apoiar os cursos profissionalizantes. “A ideia é apadrinhar os cursos onde temos atuação dentro da empresa. Podemos colocar à disposição nossa estrutura para a questão teórica e prática e canalizar o aproveitamento dos que se identificarem com a atividade”, adiantou.
Murilo Alves, gerente de RH da CQG/Quip, também falou na dificuldade de contratação de mão de obra mais especializada: “Vou levar as informações dessa reunião para internamente vermos o que poderemos fazer para sermos parceiros nesse trabalho”.
O coordenador adjunto do Pronatec, o professor do IFRS Marco Rahn, sugeriu que se faça uma espécie de pré-seleção ou algum tipo de teste vocacional para os participantes dos cursos serem melhor aproveitados.
A Comissão Municipal de Emprego e Renda marcou nova reunião para a próxima semana, quando novamente a participação e o apoio das empresas com relação aos cursos de qualificação serão novamente debatidas.
Fonte: Jornal Agora (RS)
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