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Geoplan amplia negócios com retomada dos estaleiros

O já iniciado processo de retomada da indústria naval brasileira está incentivando o surgimento de uma série de novos serviços voltados ao atendimento dos estaleiros, entre os quais está o de tratamento do ar. Além de proporcionar condições mais confortáveis aos trabalhadores, o serviço visa proteger os gigantescos equipamentos dos processos de corrosão comuns aos ambientes úmidos e quentes onde normalmente ficam os estaleiros. De olho neste nicho, a Geoplan Brasil iniciou em setembro deste ano o tratamento do ar do Estaleiro Atlântico Sul, localizado no Porto de Suape, em Pernambuco. A empresa, controlada pelo fundo de private equity americano Nexus Partners, enxergou a oportunidade há três anos e quer dominar este mercado, segundo contou ao Valor o seu presidente, Paulo Chescin. Segundo Chescin, a Geoplan começou a se mexer logo que Vale e Petrobras anunciaram a intenção de renovar suas frotas de navios e eram acompanhadas pelo governo, que falava em retomada da indústria nacional, praticamente parada havia mais de 20 anos. "Foi ali que identificamos a oportunidade", disse o executivo, há oito anos na companhia, especialista em soluções em infraestrutura. Chescin explicou que a ideia da empresa é fornecer aos estaleiros soluções em climatização, o que não se restringem apenas à refrigeração, mas ao controle permanente da temperatura e da umidade do ambiente de trabalho. O executivo lembrou, inclusive, que a renovação do ar deverá constar da norma regulamentadora que tratará especificamente das condições de trabalho na indústria naval. Além de um ambiente mais agradável para o trabalho, detalha o executivo, o tratamento do ar também é interessante para a operação da empresa, que pode evitar prejuízos com a corrosão das peças. "Imagine um motor de navio, que tem o tamanho de um prédio de quatro andares, no ambiente de calor e maresia. Precisa ter controle de umidade, senão oxidam as peças", explicou o executivo. "A pintura no ambiente climatizado também fica melhor", acrescentou. Chescin explicou ainda que sua empresa é remunerada mensalmente, com base na quantidade de áreas que são climatizadas dentro do estaleiro. No caso do Atlântico Sul, que tem como sócios os grupos Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e PJMR, a empresa tem hoje oito equipamentos em operação, porém acredita que utilizará 25 no auge da produção do estaleiro, esperado para meados do ano que vem. Para os níveis atuais de atendimento, a Geoplan teve de investir R$ 5 milhões, sendo a maior parte dos recursos destinada à compra dos equipamentos de climatização, fabricados pela empresa sueca Munters. A perspectiva, no entanto, é de investir pelo menos dez vezes mais. Além da demanda do próprio Atlântico Sul, a empresa quer marcar presença nos polos do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, além de abocanhar contratos com os novos estaleiros que devem se instalar no Nordeste. "Já estamos em negociações. Acreditamos que a demanda levará a necessidade de R$ 50 milhões em investimentos. Só a demanda do pré-sal já será enorme, fora o setor de mineração. O Brasil está caminhando para ter estaleiros de primeiro mundo", afirmou Chescin.(Fonte: Valor Econômico/Fabiana Batista, de São Paulo/ Murillo Camarotto, do Recife)





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