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Haddad não quer Pecém e já negocia com outros estados

Enquanto não há sinalização de data para a batida de martelo da prefeita, o investidor diz negociar outras opções
"As opções (de praias) oferecidas fora de Fortaleza não atendem às exigências e às necessidades do nosso grupo. No Pecém é inviável (financeiramente) e em Camocim, nem se fala". A declaração do empresário e diretor presidente do Estaleiro Promar Ceará, Paulo Haddad, foi proferida à noite, após tomar conhecimento, por meio da edição de ontem, do Diário do Nordeste, que divulgou os custos financeiros e os detalhes do Estudo das Alternativas de Localização do empreendimento com exclusividade.
"Abri hoje (ontem) as negociações (para implantação do equipamento naval) com outros estados, porque o prazo está correndo. O Estaleiro Promar Ceará vai assinar o contrato com a Transpetro (para construção de oito navios gaseiros) seja em Fortaleza ou em outra área. Não vou perder o contrato com a Transpetro", reagiu o empresário, ao saber do posicionamento dos técnicos e assessores municipais, que praticamente descartaram a possibilidade do empreendimento ser instalado na Capital cearense. De acordo com ele, a empresa já vem sendo procurada por outros estados do Nordeste, que estariam, inclusive, oferecendo "áreas prontas e com licença ambientais definidas". Ele não revelou quais seriam essas áreas, mas garantiu que, a partir de agora, o Promar Ceará entra no mercado, para negociar com outros gestores.
Irritação
Demonstrando irritação, o empresário disse que não foi procurado pela Prefeitura de Fortaleza, para conhecer o novo posicionamento dos técnicos municipais. "Estamos falando com o Ceará, desde 1º de julho de 2009, quando estivemos reunido com o governador Cid Gomes e representantes da Prefeitura (Valdemir Catanho, então coordenador de articulação política) e com Deodato Ramalho (à época, procurador Geral do Município) e todos acharam interessantes a ideia do estaleiro no Titanzinho e só agora (dez meses depois) dizem que tomaram ciência do projeto? Isso não é verdade", criticou Haddad.
Custos elevados
Para o empresário, os custos financeiros apontados pelos técnicos municipais à instalação do equipamento na Praia do Pecém, podem até ser reais, mas são insuficientes, porque não contabilizam as despesas que a empresa teria, ao longo do processo produtivo, com dragagens recorrentes da área do estaleiro, devido o fluxo das correntes marítimas na área do Pecém. Ele também criticou os custos apresentados para o Titanzinho, onde segundo afirmou, o projeto avaliado não foi o original, mas uma segunda opção, colada ao paredão do Titã. "O projeto inicial custa 1/3, (cerca de R$ 130 milhões), do valor apresentado agora pela Prefeitura, (de R$ 389,25 milhões). Se voltarmos ao projeto original, é financeiramente viável", acrescentou Haddad.
Correntes marinhas
Presente à entrevista coletiva concedida pela Prefeitura de Fortaleza, na tarde de ontem, para expor os detalhes do estudo de avaliação das áreas de praias disponíveis para o estaleiro, o geólogo e doutor em Oceonografia, Luís Parente Maia, confirmou que a construção na linha de praia do Pecém, gera assoreamento e, consequentemente, elevação dos custos.
Ele explica no entanto, que esse processo ocorre em todos os empreendimentos construídos em área de praia e que pode ser resolvido com a instalação de máquinas para fazer o "by pass", ou seja, a transferência diária de areia de um lado para o outro do enrocamento. "Isso é um procedimento normal, mas que iria ocorrer em qualquer uma das áreas estudadas", garante o geólogo cearense.
Conforme explicou, no Pecém, o volume de areia a ser transferido, anualmente, é da ordem de 600 mil metros cúbicos, enquanto que no Mucuripe, devido o Titã, o assoreamento provocado pelas correntes marinha no porto é de 820 mil metros cúbicos, por ano. "Se for feito periodicamente, não há problemas", avalia Maia.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO


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