O ex-diretor da Petrobras Ildo Sauer denunciou que o Brasil pode perder entre R$ 176,8 bilhões e R$ 331,3 bilhões, caso o leilão do mega Campo de Libra, marcado para esta segunda-feira, na Barra da Tijuca, seja mantido. A diferença, conforme Sauer explica em ação popular com o jurista Fábio Konder Comparato em que pediu que o leilão fosse sustado, equivale à diferença entre o que o governo ganharia se a Petrobras operar sozinha o campo, com o barril a US$ 106 ou a US$ 105, e a divisão do controle com multinacionais.


“O governo está entregando para empresas estrangeiras uma riqueza preciosa que pertence ao povo brasileiro e deveria ser integralmente usada para financiar Saúde, Educação e melhoria de vida da população”, defende Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).


Junto com Comparato, Sauer protocolou a ação na 21ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo, quinta-feira. A juíza Carla Meira, porém, apesar de considerar “inegável’ o interesse público sobre o tema, negou a liminar.


Já Gustavo Santos, economista da Associação Desenvolvimentista Brasileira (ADB), avalia que as projeções para o potencial de Libra, de 8 bilhões a 12 bilhões de barris, podem estar subavaliadas. “O fator de recuperação aplicado, de 30%, pode ser muito maior, como afirmou a própria gerente-executiva da Petrobras, Solange Guedes. Na Conferência Rio Oil & Gas, em 2008, ela disse que o fator de recuperação já atingira 56%”, lembrou Santos.


Mesmo partindo da produção de 10 bilhões de barris, as projeções de receita, com dólar a R$ 2,30 e US$ 100 por barril, chegam a R$ 2,3 trilhões ao longo de cerca de 35 anos. Admitindo-se um custo de produção de R$ 300 bilhões e royalties de R$ 345 bilhões, haveria excedente em óleo de cerca de R$ 1,6 trilhão a ser divido entre a União e o contratado pelo regime de partilha de produção.

Fonte: Monitor Mercantil

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