BRASÍLIA - Em ato no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio  Lula da Silva sanciona nesta quarta-feira o projeto que estabelece o  modelo de partilha na exploração das reservas de petróleo do pré-sal,  com veto à emenda dosenador Pedro Simon (PMDB-RS). Esta, aprovada no  Congresso no início do mês, muda a divisão das receitas de royalties e  tira receita dos estados e municípios produtores, especialmente do Rio e  do Espírito Santo.
 
 No mesmo ato, Lula vai assinar o projeto de lei a ser enviado ao  Congresso mudando a distribuição dos royalties dos campos de petróleo a  serem licitados.
 
 A proposta federal resgata o acordo fechado por Lula com os governadores  do Rio, Sérgio Cabral, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, em novembro  de 2009. O ponto de partida do entendimento é que ficam inalteradas as  regras de distribuição de royalties para as áreas já licitadas e a nova  fórmula se aplicará apenas às reservas que ainda serão leiloadas.
 
 A alíquota dos royalties seria elevada de 10% para 15%; e a União  reduziria sua parcela para garantir mais recursos aos estados e  municípios não produtores. A alíquota dos estados produtores cairia dos  atuais 26,25% para 25%.
 
 A emenda de Simon - baseada na emenda do também gaúcho Ibsen Pinheiro  (PMDB), que provocou a revolta dos governadores e parlamentares dos  estados produtores - reúne as receitas de royalties e participações  especiais pagas na exploração de petróleo em áreas já licitadas e a  leiloar num único bolo e estabelece que a União ficaria com uma fatia. O  restante seria dividido, conforme as cotas dos fundos de participação  dos estados (FPE) e dos municípios (FPM).
 
 Esse modelo reduziria, em valores de 2009, a arrecadação do Estado do  Rio de R$ 4,884 bilhões para R$ 90,516 milhões. Para evitar o colapso da  economia dos estados produtores, Simon adicionou um artigo que  transferia para a União a obrigação de ressarcir os estados e municípios  que perderem receita pela nova divisão.
 
 Desde a aprovação do projeto no Congresso, o presidente deixou claro que  vetaria a emenda aprovada sem o aval do Palácio do Planalto. O projeto  original do governo não tratava da divisão das receitas dos royalties,  mas substituía o modelo de concessão pelo de partilha da produção de  petróleo.
 
 O governo, porém, sabe que o novo projeto de lei não terá condições de  emplacar no Congresso - cuja ideia derrotou ao aprovar uma divisão que  desconsidera o direito constitucional dos estados produtores de ter uma  fatia maior da renda do petróleo. Por isso, a discussão de novas regras  de distribuição dos royalties do petróleo ficará para o governo Dilma  Rousseff, a partir do projeto enviado por Lula.
Fonte: Extra Online/Luiza Damé
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