RIO E SÃO PAULO - A petroleira dinamarquesa Maersk Oil decidiu fechar o escritório da empresa no Brasil, após concluir a venda de sua participação de 40% no campo de Polvo, na Bacia de Campos, para a PetroRio (ex-HRT).
Polvo era o único ativo em fase de produção da companhia no país. A petroleira possui, ainda, participações de 20% no bloco C-M-101 (onde se encontra a descoberta de Wahoo) e de 27% no bloco C-M-61 (Itaipu), ambos na Bacia de Campos, mas esses projetos estão em compasso de espera.
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Em abril, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aprovou a extensão dos prazos, em sete anos, para que a Anadarko e a BP, operadoras das áreas, concluam os compromissos de investimento na avaliação das descobertas. Pelo plano original, o plano de avaliação de Wahoo e Itaipu deveria ter sido concluído no final do ano passado.
Agora, as companhias terão até 2022 para encerar os investimento na avaliação das áreas e declarar a comercialidade dos projetos.
No relatório dos resultados financeiros do primeiro trimestre, a Maersk Oil informou, ainda, que a saída do Brasil ajudará a empresa a reduzir seus custos e, assim, cumprir a meta de diminuir seu "break-even" (preço de equilíbrio) para US$ 45 a US$ 55 o barril.
“Uma combinação de efeitos de taxas de câmbio, redução de custos, a saída de Polvo, no Brasil, bem como o baixo nível de atividades de exploração, reduziu o nível no break-even para cerca de US$ 40 a US$ 45 por barril”, citou a empresa, no relatório.
Maersk Line
A A.P. Moller-Maersk, que controla a Maersk Line, maior armador de contêineres do mundo, apresentou um lucro líquido de US$ 211 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 86,3% ante o mesmo período em 2015.
Pesou sobre o desempenho do trimestre o declínio acentuado nas taxas de frete no negócio-chave de transportes da empresa, enquanto os menores preços do petróleo atingiram a unidade da commodity da companhia.
A receita da dinamarquesa entre janeiro e março deste ano recuou 19% também na base de comparação anual, totalizando US$ 8,54 bilhões.
O retorno sobre capital investido (ROIC, na sigla em inglês), uma medida de rentabilidade, foi de 2,9% no período.
“As condições econômicas globais continuam difíceis de prever e por isso nosso negócio e nossa rentabilidade foram significativamente impactados pela forte volatilidade de curto prazo”, justifica a Maersk, no comunicado que acompanha o balanço.
A companhia também reforçou as expectativas para este ano, com um lucro ajustado “substancialmente” abaixo dos US$ 13 bilhões entregues no ano passado. A demanda global para o transporte marítimo de contêineres ainda deve subir em torno de 1% a 3%.
“A Maersk Line segue com a meta de crescer pelo menos com o mercado, para defender sua posição de liderança no setor”, ressalta a companhia.
Fonte: Valor Econômico/André Ramalho e Juliana Machado