Depois do pedido de recuperação judicial da OGX, a petroleira de Eike Batista, aumentam os temores sobre a empresa de construção naval do grupo. As preocupações se devem ao fato de que a OSX Brasil foi criada para ser a principal fornecedora de plataformas e embarcações da OGX.
Essa interdependência poderia levar a OSX a seguir caminho semelhante ao da companhia irmã, que tem dívidas de R$ 11,2 bilhões e não conseguiu fechar acordo com credores. No início de outubro, a OGX não pagou US$ 45 milhões em juros de papéis emitidos no Exterior. O juiz Gilberto Clovis Farias Matos, da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, deve avaliar o pedido de proteção dos bens da OGX assim como o plano de salvamento.
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Em nota, a OSX informou que poderá vir a exercer o direito legal à recuperação judicial, "caso a sua administração verifique ser esta a medida mais adequada para a preservação da continuidade de seus negócios e a proteção dos interesses da OSX e dos interesses de seus stakeholders (grupos com participação estratégica na empresa)". Estima-se no mercado que a companhia precisa renegociar débitos de quase US$ 2,3 bilhões.
De acordo com um executivo que acompanha a operação, não está se cogitando um eventual pedido de recuperação judicial no momento. Essa situação dependeria dos resultados do processo da OGX. Nesta quinta-feira, as ações da OSX despencaram 27,41% na Bolsa de São Paulo (Bovespa), para R$ 0,45.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que crê numa "solução" para a OSX e sinalizou com a possibilidade de uma nova prorrogação de um empréstimo à companhia.
Há duas semanas, o banco estatal já havia prorrogado para o fim de novembro um débito de R$ 548 milhões. A empresa também está em negociação com a Caixa para estender o prazo de pagamento de outro empréstimo, no valor de R$ 400 milhões. Para Coutinho, a OSX tem "muito ativos valiosos", que superam o valor das dívidas. Desse modo, avalia, "dar tempo para que as soluções (venda da companhia, por exemplo) possam acontecer é uma estratégia sensata".
Ocorre que parte dos ativos da OSX está atrelada à OGX, que pediu recuperação judicial. As duas empresas também não dão sinais de sintonia entre si. A OGX reconhece que deve US$ 900 milhões, enquanto a OSX cobra R$ 2,6 bilhões.
Na última terça-feira, a OSX decidiu rescindir o contrato de aluguel de uma plataforma flutuante (FPSO) com a OGX. A empresa de construção naval atribuiu o encerramento do acordo, firmado em fevereiro de 2010, à falta de pagamento da cliente e acertou com bancos internacionais, válido até 13 de dezembro, de tentar encontrar uma solução para renegociar a plataforma.
Fonte: Zero Hora
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