Para surpresa do setor empresarial, neste último round de encomendas de barcos de apoio pela Petrobras, soube-se que somente serão contratadas no máximo seis embarcações, quando eram esperadas nada menos de 24. As autorizadas foram três embarcações do tipo PSV de 4.500 toneladas e três AHTSs 21.000. Hoje existem cerca 200 PSVs, operando no Brasil, sendo 50% de bandeira brasileira. Portanto, há bastante espaço para aumentar a participação nacional – o que, pelo menos por agora, não irá ocorrer, mantendo-se a prevalência estrangeira. Esperava-se, mais ainda, a contratação de um número significativo de barcos sofisticados, os AHTSs. Atualmente, operam no Brasil cerca de 100 AHTSs, dos quais apenas 19 são de bandeira brasileira.

O investimento para a construção de um AHTS é bastante elevado – varia de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões. São embarcações de alta tecnologia, tanto na construção quanto na sua operação, e estão aptas para operar em águas profundas e para o pré-sal, realizando reboque de plataformas e manuseio de âncoras. No momento, operam no Brasil 450 barcos de apoio, dos quais 40% são de bandeira brasileira – tanto de empresas de capital nacional como estrangeiro. Os dados oficiais prevêem para 2020 que cerca de 750 barcos de apoio operem no país. Sobre isso diz o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Ronaldo Lima:

– Nossa meta é a de que, em 2020, pelo menos 70% dos barcos de apoio sejam de bandeira brasileira e construídos no Brasil. No atual ritmo de contratações, no entanto, a meta de se elevar a participação nacional a cada dia fica mais distante, infelizmente.

Desde que Graça Foster apontou crise na estatal, a maior empresa brasileira adota essa política de contenção de custos. Por isso, surpresa mesmo foi a participação de 40% no leilão de Libra, o que obrigará o pagamento de bônus à União de R$ 6 bilhões, fora investimentos para retirar o petróleo lá de baixo.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta

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