A operadora Ocean Rig surpreendeu concorrentes ao apresentar a melhor proposta, em termos de preço, na licitação da Petrobras para contratar serviços de afretamento de 21 sondas de perfuração marítima a serem construídas no país. No mercado, quase ninguém apostava que algum operador entrasse na disputa sem parceria com a Sete Brasil (Sete BR), empresa da qual a Petrobras é sócia com bancos e fundos de pensão.
Mas a Ocean Rig apresentou, na segunda-feira, proposta independente para construir e afretar cinco sondas à Petrobras por taxa média, trazida a valor presente, equivalente a US$ 584 mil por unidade por dia. A Ocean Rig tem acordo com os estaleiros do grupo Synergy, do empresário German Efromovich, para construir as sondas. Se ficar com a encomenda, a Ocean Rig começaria construindo as unidades no estaleiros Mauá e Ilha S.A. (EISA), do grupo Synergy, no Rio.
A Sete BR apresentou duas propostas em parceria com vários operadores de plataformas: uma para construir 15 navios-sonda e outra para fazer seis unidades do tipo semi-submersível. Para os 15 navios-sonda, a proposta da Sete foi de taxa média diária, trazida a valor presente, de US$ 619 mil. Uma fonte disse que essas unidades seriam construídas em três estaleiros: da Odebrecht, na Bahia; do Jurong, no Espírito Santo; e da Engevix, no Rio Grande do Sul.
Já para as seis unidades semi-submersível a proposta da Sete BR foi pouco acima dos US$ 619 mil por dia. Uma fonte disse que essas seis unidades seriam construídas no estaleiro Bras Fels, da Keppel Fels, em Angra dos Reis (RJ), mas afirmou que se a classificação de preço for mantida essas unidades deixariam de ser contratadas. As operadoras associadas à Sete BR são Queiroz Galvão Óleo e Gás, Odebrecht Óleo e Gás, Etesco / OAS, Petroserv, Odjfells e Seadrill.
Por meio da assessoria de imprensa, o presidente da Sete BR, João Carlos Ferraz, disse ver com bons olhos a apresentação de propostas pela concorrente Ocean Rig. "É uma empresa estrangeira e está competindo pela construção de bens no Brasil", disse Ferraz.
No mercado, comentava-se ontem que a proposta da Ocean Rig tornou-se mais competitiva por ter oferecido uma tecnologia nova conhecida como "dual drilling", que aumenta a velocidade de operação da sonda. Procurada, a Petrobras disse, via assessoria, que não iria comentar a licitação enquanto o processo não estiver concluído.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio
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