O presidente do conselho de administração da Eneva (ex-MPX), Jorgen Kildahl, afirmou ontem que a reestruturação societária da OGX Maranhão, empresa que explora gás natural na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, vai gerar "crescimento futuro dos ativos".
A operação, anunciada na última semana, prevê um aumento de capital, no valor de R$ 250 milhões, no qual a empresa de investimentos Cambuhy ficará com 73% de participação. A Eneva terá 18% e a alemã E.ON, uma das controladoras da Eneva, ficará com 9%.
Anteriormente a Petra Energia e a OGX, petroleira do grupo EBX, tinham participação na empresa.
"A E.ON vai dar suporte na exploração e produção de gás natural. Eneva e E.ON estão expandido projetos para explorar mais gás no Parnaíba", disse Kildahl, durante a inauguração do complexo termelétrico do Parnaíba, em Santo Antônio dos Lopes, no interior do Maranhão.
Kildahl é representante da E.ON no conselho da Eneva. A alemã ingressou na companhia no início de 2012. E hoje compartilha o controle da empresa com Eike Batista.
O presidente do conselho da Eneva lembrou que estão em construção mais 580 MW de potência no complexo. Quando eles estiverem concluídos, nos próximos meses, o complexo somará mais de 1,4 mil MW em operação. Hoje esse total é de quase 900 MW.
O complexo consome hoje 5,5 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural. Quando as novas etapas estiverem concluídas, o consumo de gás deverá alcançar 8,5 milhões de metros cúbicos/dia, provavelmente em meados do próximo ano.
Segundo o presidente da Eneva, Eduardo Karrer, o gás é produzido pela OGX Maranhão no campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba, próximo à usina. Segundo ele, quando o volume de produção alcançar os 8,5 milhões de metros cúbicos/dia, Gavião Real será o maior campo produtor de gás natural do Brasil.
"[O complexo do Parnaíba] é um modelo de desenvolvimento que une gás e energia e está sendo usado para guiar novas rodadas da ANP. Precisamos de muitos complexos como este para garantir segurança energética ao país", disse Karrer. O complexo totaliza investimentos de R$ 4,2 bilhões até o momento. Do total, R$ 3 bilhões foram aportados pela Eneva e o restante pela OGX Maranhão.
Já o futuro da OGX continua incerto. Um dos desafios do juiz ao aceitar o pedido de recuperação judicial da petroleira será decidir se o processo de recuperação judicial das quatro empresas (OGX Petróleo e Gás, OGX Petróleo e Gás Participações, OGX International e OGX Áustria) pode ser conduzido de forma conjunta, em litisconsórcio. A preocupação de advogados que acompanham o tema está diretamente ligada a uma questão de jurisprudência que está na pauta do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e vem gerando muita incerteza nas Varas Empresariais: a possibilidade de, no decorrer do processo, o juiz decidir por sua fragmentação, permitindo que a situação de cada empresa do grupo seja avaliada em separado.
(Fonte: Valor econômico/Rodrigo Polito | De Santo Antônio dos Lopes (MA)/Colaborou Renata Batista, do Rio)
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