As ações da OGX levaram mais um tombo: caíram 40% no fechamento do pregão de sexta-feira e terminaram cotadas a R$ 0,30, nova mínima histórica do papel. O tombo pegou operadores e investidores de surpresa, já que o ativo marcava alta de 2%, a R$ 0,51, antes de entrar no "call de fechamento", momento em que a bolsa realiza os ajustes finais do pregão.
O Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, apurou que duas corretoras concentraram as vendas no fim do dia: Concórdia (que encerrou o pregão com posição vendida de 88,5 milhões de ações de OGX) e Morgan Stanley (48,4 milhões). Na quinta-feira, as duas instituições já haviam figurado como maiores vendedoras.
A hipótese mais provável é que fundos que acompanham a carteira do índice MSCI Brazil - do qual OGX deixou de fazer parte - tenham feito os ajustes em suas carteiras no fechamento de sexta.
Na ponta compradora apareceram duas corretoras que normalmente são usadas por Eike Batista para operar no mercado: Itaú (83,8 milhões de ações) e BTG Pactual (16,6 milhões). Mas como o empresário anunciou semana passada que iria vender ações para fazer caixa, operadores acham improvável que ele tenha recomprado os papéis. É possível que tenha se juntado aos vendedores novamente.
Em apenas 15 minutos, OGX girou R$ 185 milhões, ou 600 milhões de ações, quase metade dos papéis da empresa em circulação. O recuo reduziu a alta do Ibovespa para 0,17%, aos 50.008 pontos.
Nesta segunda-feira, um outro grupo de fundos, que acompanham a composição do Ibovespa, terão que ajustar suas carteiras ao salto no peso de OGX no índice, de 1,5% para 4%. Pelos cálculos do Valor, com base em dados da Economatica, esses fundos precisarão comprar cerca de 380 milhões de ações para se adequar ao índice.
O que não é possível saber é se alguns deles já se anteciparam ao ajuste e compraram os papéis que precisariam nos últimos pregões, ou se farão as compras restantes ao longo desta semana.
Fonte: Valor Econômico/Téo Takar e Fernando Torres | De São Paulo
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