A possibilidade de flexibilização do modelo de exploração e produção de petróleo nas áreas de pré-sal foi bem recebida por analistas ouvidos pelo Valor. Segundo eles, mudanças nas regras de conteúdo local e a possibilidade de empresas privadas atuarem como operadoras nos consórcios podem aliviar o caixa da Petrobras, atrair investimentos e destravar o setor.

A expectativa é que isso sirva de incentivo para que o Congresso encaminhe as mudanças ainda este ano. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, se juntou a nomes como o senador José Serra (PSDB-SP), na defesa da proposta. O fato de ter sido desmentido pela presidente Dilma Rousseff não desanimou o mercado. "A presidente tem essa característica que é a teimosia, mas não pode brigar com a realidade", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, Adriano Pires.

No curto prazo, uma das medidas que mais favoreceria o setor - e a Petrobras - é a flexibilização das regras de conteúdo local, afirmam os analistas. "Os compromissos de conteúdo local tem sido difíceis de alcançar", diz o presidente do comitê de energia da AmCham-Rio, Manuel Fernandes.

"A política de conteúdo local é fora da realidade da capacidade da indústria brasileira", afirma Pires, para quem as regras de conteúdo local e a obrigatoriedade de a Petrobras participar de todos os consórcios do pré-sal com 30% e com o monopólio da operação já não correspondem ao novo contexto do mercado.

Para ele, a flexibilização das regras pode atrair de volta investidores, porque a desvalorização cambial deixou os ativos mais baratos para os estrangeiros. "O que a Shell comprou foi Brasil. Os melhores ativos da BG estão no pré-sal", diz, referindo-se a compra da BG pela Shell por US$ 70 bilhões.

Fonte: Valor Econômico/Renata Batista | Do Rio

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