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Petrobras desautoriza ministro

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi desautorizado ontem pela presidente da Petrobras, Graça Foster, depois de ter informado a jornalistas que o diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, Almir Barbassa, seria substituído junto com o da área internacional, Jorge Zelada. A resposta da Petrobras foi rápida. Bem diferente da posição adotada na quarta-feira, 25 de abril. Naquela data a assessoria de imprensa informou que não se pronunciaria sobre a troca de diretores porque se tratava de assunto que cabia ao conselho de administração.

De fato, na sexta-feira a empresa só informou ao mercado o nome dos novos diretores depois da reunião do conselho. Ontem foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um comunicado algumas horas depois de Lobão ter afirmado textualmente sobre a substituição.

Coincidência ou não, as ações da Petrobras caíram ontem 2,72% (PN) e 3,12% (ON), revertendo fase de alta iniciada na terça-feira em Nova York e na quarta-feira no Brasil. Para o analista de um banco estrangeiro, o ministro "só fala o que não deve e o que não sabe".

Desde a semana passada, quando ficou conhecida a substituição de três diretores da Petrobras - saíram Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços) e mais tarde se soube que o conselho pediu um tempo por não chegar a um consenso sobre o novo diretor internacional - são frequentes as inclusões do nome de Barbassa no rol das substituições. E o diretor financeiro nunca foi relacionado a indicações políticas, ao contrário dos executivos que deixaram seus cargos.

Algumas conclusões que podem ser feitas sobre a Petrobras de Graça Foster é que a presidente quer uma diretoria técnica não vinculada a políticos. E o recado ontem sobre Barbassa parece ser que a executiva não gostou de ver o nome do diretor financeiro mencionado por um ministro político como Lobão, ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Principalmente em um momento em que o PMDB e o PP precisam chegar a um consenso para escolher o substituto de Zelada na diretoria internacional, a única que Graça parece admitir deixar para indicações.

Mas o ambiente político em torno da CPI que vai investir as ligações de Carlinhos Cachoeira com a Delta poderia também estar influenciando as mudanças na estatal. A Delta deixou recentemente o consórcio construtor do Comperj.

Lobão e Graça Foster estiveram juntos ontem no BNDES em seminário sobre a África. Enquanto Lobão deu entrevista, a presidente da Petrobras disse que o dia ontem era do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lobão citou a troca do diretor financeiro quando perguntado sobre a indicação do diretor internacional. Mais tarde, sua assessoria informou que a orientação era não confirmar a frase da maneira como estava em alguns sites de notícias. A frase do ministro foi a seguinte: "A presidente, num primeiro momento, mudou três diretores. Num segundo momento, mudou dois. Faltam dois, que é o da internacional e também a financeira, a diretoria financeira". Não ficou claro se ele se referia Graça Foster ou à presidente da República, Dilma Rousseff. Segundo Lobão, Sergio Machado, também do PMDB, será mantido na Transpetro.

Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner e Rodrigo Polito | Do Rio






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