Assim como várias empresas que retomaram os planos de levantar recursos no mercado de capitais após o movimento de fuga de investidores dos países emergentes nos meses de maio e junho, a Petrobras elevou o teto da taxa de juros ao investidor em uma oferta de pelo menos R$ 500 milhões no mercado local.
A oferta de títulos com lastro em créditos imobiliários, conhecidos pela sigla CRI, da estatal estava prevista para sair em junho, mas foi interrompida para cumprimento de exigências adicionais da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A informação de que a estatal retomaria a oferta foi antecipada pelo Valor.
A emissão de CRI será feita em três séries. Na primeira, com prazo de 12 anos, a remuneração ao investidor será equivalente à taxa do título público corrigido pela inflação (NTN-B) com vencimento em 2022 mais um prêmio de até 0,30% ao ano, de acordo com nova versão do prospecto preliminar. Inicialmente, a Petrobras não oferecia prêmio nenhum sobre a NTN-B.
A taxa da segunda série, que vence em 15 anos, será equivalente à NTN-B 2024 mais 0,40% ao ano, também acima da proposta original, que era de 0,20% ao ano. Na terceira série, com prazo de 18 anos, os juros sobre a NTN-B com vencimento em 2030 passaram de 0,30% para 0,50% ao ano. A taxa de juros final poderá ser menor, dependendo da demanda do mercado pelos papéis.
O investimento em CRI possui isenção de imposto de renda para pessoas físicas. Os recebíveis são adquiridos por empresas securitizadoras, responsáveis pela emissão dos papéis no mercado.
A oferta da Petrobras possui lastro em contratos de locação das futuras sedes administrativas de Santos (SP) e Vitória (ES) e de um laboratório que será construído na cidade de Macaé (RJ). Os papéis serão emitidos pela Brazilian Securities, controlada pelo BTG Pactual. O Santander é o coordenador líder da oferta de CRI, ao lado do BTG.
Fonte: Valor Econômico/Vinícius Pinheiro | De São Paulo
PUBLICIDADE