O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta terça-feira que a companhia continuará a ser uma petroleira de relevância internacional, mesmo diante da intensificação do programa de desinvestimentos.
“Não seremos uma empresa menor em óleo e gás. Continuaremos a ser uma empresa relevante. O que estamos fazendo é sair de setores que não são nossa expertise. Temos que ter a humildade de reconhecer onde não temos essa expertise”, disse, citando o mercado de biocombustíveis como exemplo.
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Durante divulgação hoje do plano de negócios referente ao período de 2017-2021, a empresa informou que pretende sair integralmente do setor de biocombustíveis.
Menos investimentos
A redução da meta de investimentos da Petrobras em 25%, para US$ 74,1 bilhões no período de 2017 a 2021, não acontecerá às custas da produção de petróleo e gás, afirmou Parente, presidente da estatal.
“Mantemos a previsão de produção, permitida pelo aumento da produtividade e da eficiência”, disse Parente.
Segundo ele, essas medidas permitiram, por exemplo, a redução do tempo de perfuração do pré-sal, mostrando a “relevância do trabalho que vem sendo feito”.
A meta de produção da estatal para 2021 é de 2,77 milhões de barris por dia.
“Temos experiências de sucesso de parcerias na área de exploração e produção. O que queremos é trazer essas parcerias para outros setores”, afirmou, sem dar prazos para definição de um modelo de negócios para a área de refino.
Segundo Parente, a empresa ainda não decidiu se venderá apenas fatias em algumas refinarias ou o ativo integral.
Após a coletiva, o executivo foi questionado, ainda, sobre as expectativas de demissões na companhia, em meio à intensificação da venda de ativos. Ele disse que a empresa vai lançar programa de demissão de voluntários para subsidiárias que entrarem no plano de desinvestimentos.
Política
As iniciativas de parcerias e desinvestimentos são incorporadas agora como uma política da Petrobras, afirmou Ivan Monteiro, diretor financeiro e de relações com investidores (RI) da companhia.
Questionado sobre quais ativos estariam incluídos na meta de venda de US$ 19 bilhões em 2017 e 2018, Monteiro disse que não pode abrir os nomes.
“Podemos fazer o seguinte cenário: parcerias e desinvestimentos se incorporam como sendo algo da política da companhia, algo que tem sucesso tremendo e queremos sim avançar”, disse Monteiro. Ele citou áreas como refino, energia e área de logística.
Monteiro afirmou ainda que a meta sempre leva em conta a “probabilidade”, assim como o plano de vendas de US$ 15,1 bilhões em ativos entre 2015 e 2016.
Segundo o executivo, os números apresentados hoje no plano de negócios levam também em conta eventuais reduções no fluxo de caixa da companhia.
De acordo coma a diretora de exploração e produção, Solange Guedes, sócios da Petrobras podem assumir os compromissos de investimentos da estatal em troca de produção futura.
“Estamos trabalhando com várias empresas buscando considerar esse tipo de negócios [chamado de carrego nos investimentos] no nosso portfólio. Ainda não há eventos registrados dessa natureza, mas há discussões sendo feitas”, disse a diretora.
Fonte: Valor