A Petrobras planeja desativar sondas de perfuração terrestres em pelo menos seis Estados. Segundo uma fonte com conhecimento do assunto, o desligamento dos equipamentos, que fazem parte da atividade de exploração no Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará, está previsto no corte de US$ 32 bilhões no plano de negócios 2015-2019 da estatal - que está agora em US$ 98,4 bilhões.
"Já está acontecendo [o desligamento de sondas] em todos os Estados", disse a fonte. Segundo ela, o corte de investimentos praticamente não afeta os campos terrestres. "Mas todo o corte que você faz em exploração agora afetará a produção lá na frente", completou.
PUBLICIDADE
Segundo o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), a Petrobras informou à entidade que encerraria as atividades nas sondas de perfuração no Estado e reduziria, de 20 para 17, o número de sondas de produção terrestre.
"Mesmo entendendo a realidade do preço internacional do barril do petróleo, [o Sindipetro-BA] é contra essa medida, que penaliza os trabalhadores terceirizados com demissões e contribui com o enfraquecimento da Petrobras como empresa pública", informou o sindicato. Segundo a entidade, com a decisão da estatal, a Lupatech encerrará as atividades na Bahia, demitindo 344 trabalhadores.
Integrante do Sindipetro-BA e representante dos funcionários no conselho de administração da Petrobras, Deyvid Bacelar contou que os sindicatos dos petroleiros dos Estados afetados vão se reunir para definir qual medida será tomada para tentar reativar as atividades exploratórias terrestres da Petrobras. Segundo ele, os sindicatos já realizaram algumas audiências públicas para discutir o assunto. "Também deveria haver pressão por parte dos governos dos Estados impactados", afirmou Bacelar.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em dezembro, foram produzidos 162,5 mil barris de óleo equivalente (boe) diários em campos terrestres no Brasil. Desse total, 158,5 mil boe/dia foram produzidos pela Petrobras e o restante por outras empresas.
A Petrobras informou que estão sendo realizados ajustes na programação da perfuração dos poços na Bahia. A companhia acrescentou que os investimentos no Estado serão mantidos "conforme a economicidade dos projetos, face ao cenário internacional do valor do petróleo e taxa de câmbio".
Fonte: Valor Econômico\Rodrigo Polito | Do Rio
