É difícil imaginar que o Brasil consiga substituir o Oriente Médio na oferta de petróleo para os Estados Unidos, um voraz consumidor que importa 13,3 milhões de barris de petróleo diariamente, já que consome 20 milhões de barris por dia e só produz 6,7 milhões de barris diariamente, segundo dados de 2008. A Petrobras prevê chegar a 2020 produzindo 4 milhões de barris de petróleo, o dobro da produção atual. E com os planos de refinar esse óleo para oferecer combustíveis no mercado interno, a sobra de produto deve ser irrisória para padrões americanos.
Dois anos atrás a Petrobras dizia que o Brasil dificilmente entraria na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) porque nunca seria um exportador de petróleo e sim de derivados. Em 2008, o plano de investimentos da estatal para novas refinarias (mais de US$ 50 bilhões) estava baseado na necessidade de exportar combustíveis, notadamente diesel.
O crescimento do mercado interno em 2010 fez com que as vendas de derivados no ano passado superassem a alta do PIB em cerca de 2 pontos percentuais, fato inédito. E a Petrobras já justifica as novas refinarias para atender o mercado interno e trazer segurança energética para o país, já que as importações de combustíveis tendem a aumentar se a produção atual não atender ao mercado local.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio
PUBLICIDADE