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Petrobras usará US$ 5 bi da captação para pagar dívidas

A Petrobras vai utilizar uma fatia de US$ 5 bilhões - do total de US$ 11 bilhões captados na semana passada - para saldar dívidas anteriormente assumidas pela empresa e que tinham juros maiores. A informação foi dada ontem pela presidente da estatal, Graça Foster, durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados. O recurso, segundo Graça, será usado "para pré-pagar dívidas mais caras". Os demais US$ 6 bilhões serão aplicados em novos investimentos. A previsão é de que a "internalização" dos US$ 11 bilhões, que foram levantados de uma única vez, ocorra entre os próximos quatro ou cinco dias.

Durante a sessão, que durou mais de cinco horas, Graça Foster falou sobre os principais desafios enfrentados pela companhia, como atrasos nas refinarias do país. Questionada sobre a situação da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco, ela disse que a obra será concluída, com ou sem a participação da estatal venezuelana PDVSA. A Petrobras busca um acordo com a PDVSA há anos, mas as negociações não avançam. Graça disse que teve um encontro há duas semanas com o novo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante sua visita ao Brasil. "Conversamos sobre o assunto. Gostaríamos muito de ter a PDVSA com sócia. Seria realmente bom que a PDVSA viesse. Mas estamos fazendo na refinaria, independentemente da PDVSA", declarou.

Segundo a Petrobras, o projeto, atrasado em três anos, já tem 75% de execução entregue. No ano passado, Graça reconheceu que a companhia cometeu erros na execução das obras da refinaria. Entre os erros cometidos, ela comentou a identificação de problemas nos estudos de viabilidade econômica do empreendimento. Quanto ao complexo petroquímico do Rio (Comperj), o empreendimento tem 53% da sua obra física realizada e plano de ser entregue em abril de 2015. Em 2011, a obra recebeu investimento de R$ 2,32 bilhões, saltando para R$ 4,6 bilhões no ano passado. Até abril deste ano, foram desembolsados R$ 2,31 bilhões. A previsão é chegar ao total de R$ 7,3 bilhões durante todo ano.

Os deputados também cobraram um posicionamento da Petrobras sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), realizada em 2006. A compra da refinaria está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Para o Ministério Público Federal (MPF), que atua junto ao TCU, a Petrobras não conseguiu justificar as motivações financeiras e estratégicas do negócio. O caso foi denunciado pelo procurador Marinus Marsico, que estuda o assunto desde o ano passado. Um ano antes de ser vendida à Petrobras, a refinaria foi comprada pela empresa belga Astra / Transcor, por preço muito inferior - US$ 42,5 milhões.

Graça admitiu que, hoje, a Petrobras não compraria Pasadena. "Existem muitas incertezas no planejamento estratégico. Quando olhamos para trás, nós pagamos 50% do preço das ações", disse Graça. "Olhar para trás e falar que hoje eu não faria, é fácil, porque você pode olhar para o passado. Hoje a gente não faria Pasadena, com todas as informações que temos hoje", disse.

A Petrobras já havia anunciado, na semana passada, a retirada de Pasadena de seu plano de venda de ativos no exterior. Ontem, quando foi perguntada sobre o preço atual da refinaria, Graça disse que não poderia fazer qualquer comentário sobre o valor, para evitar especulações sobre o preço do ativo. Segundo Graça, a Petrobras ainda tem a intenção de vender a refinaria.

Após o fim da sessão, Graça não confirmou a informação de que a estatal uruguaia de combustíveis Ancap teria comprado, da Petrobras, 50% das ações da empresa Montevidéu Gas, que distribui gás na capital do Uruguai. Perguntada sobre o assunto pelo Valor PRO, Graça negou a transação que circulava na imprensa uruguaia. "Estamos lá e trabalhando em projetos futuros, junto com a empresa local. É uma parceria que fazemos e que buscamos, além da atividade de gás, outras atividades."

A Ancap teria desembolsado US$ 7,5 milhões pela operação que, segundo a imprensa uruguaia, teria sido comemorada pela diretoria da Ancap. "Não comento esses valores. Temos negócios que são estudados em toda América Latina", limitou-se a dizer Graça Foster. A Petrobras, que controla a distribuidora de gás canalizado, negocia a venda de parte de suas ações na empresa ao governo uruguaio desde 2011.

A presidente da Petrobras disse que a companhia já iniciou conversas com outras empresas para participar do leilão de gás de xisto, previsto para ocorrer no fim deste ano. Graça não citou nomes e disse que as conversas ainda são preliminares. "Estamos trabalhando forte em cima do gás de terra, convencional ou não convencional, há mais de três anos. Acreditamos que devemos ter resultados positivos. É que temos dito, é preciso ser comercial."

Fonte: Valor Econômico/André Borges | De Brasília






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