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Petrolíferas dos EUA já pensam em exportação

O setor de energia americano começou de repente a discutir algo que há alguns anos seria impensável: exportar petróleo.

O Congresso dos Estados Unidos proibiu grande parte dessas exportações após o embargo árabe do petróleo dos anos 70, visando proteger os estoques do país. Mas, com o atual boom da produção doméstica, petrolíferas estão questionando se os EUA precisam mesmo de cada gota de petróleo que extraem.

"Vivemos num mundo interconectado e mutuamente dependente, que precisa do livre comércio", disse Ryan Lance, diretor-presidente da ConocoPhillips. Isto deve incluir, "em algum momento, até mesmo exportações de petróleo".

Aqueles contrários à ideia dizem, porém, que as exportações poderiam elevar os preços dos combustíveis para os consumidores e empresas americanas e tornar o país mais dependente do petróleo estrangeiro.

Alguns executivos do setor dizem que exportar petróleo resolveria um problema que as refinarias do país enfrentam. Os EUA produzem cada vez mais petróleo do tipo leve, mas a maioria de suas refinarias está equipada para refinar o petróleo pesado da América Latina e outras regiões, que contém mais enxofre e é mais difícil de ser processado.

Marvin Odum, diretor da divisão da Royal Dutch Shell PLC nos EUA, disse, numa conferência organizada pelo The Wall Street Journal em março, que parte do petróleo bruto produzido no país deveria ser exportada para países onde poderia ser refinado mais facilmente, como o México ou os países da Europa Ocidental. A Shell e outros produtores lucrariam vendendo petróleo para um grupo maior de compradores, inclusive fora dos EUA.

Não há indicações de que as petrolíferas tenham criado um programa formal de lobby para pressionar pelas exportações, embora o principal grupo do setor, o Instituto Americano de Petróleo, afirme que poderá apoiar essa iniciativa no futuro.

Mas qualquer plano de exportação deve encontrar forte resistência dos que desejam que os EUA continuem reduzindo sua dependência do petróleo estrangeiro e também das refinarias capazes de processar e lucrar com o relativamente barato petróleo americano. Bill Day, porta-voz da Valero Energy Corp., uma das maiores refinarias independentes dos EUA e grande compradora do petróleo doméstico, disse que a empresa está acompanhando cuidadosamente a questão.

O apoio do público também é improvável, dizem analistas. O petróleo bruto representa 72% do preço da gasolina e as petrolíferas teriam dificuldade para explicar por que os EUA estão exportando sua crescente produção em vez de baixar os preços para o consumidor, disse Mike Kelly, analista da Global Hunter Securities.

A Comissão de Energia e Comércio da Câmara deve realizar audiências neste trimestre sobre a viabilidade de exportar petróleo e gás, mas alguns parlamentares estão pedindo mais restrições às possíveis exportações.

Em março, os deputados Ed Markey, de Massachusetts, e Rush Holt, de Nova Jersey, apresentaram propostas de leis que permitiriam ao governo aceitar pedidos de prospecção em território federal somente de empresas que prometam vender o petróleo nos EUA. "O petróleo americano deve ficar no país para beneficiar nossos consumidores, não ser enviado para a Europa ou a Ásia para aumentar os lucros das petrolíferas", disse Markey.

Espera-se que os EUA passem a produzir 9 milhões de barris diários de petróleo leve em 2020 - quase o dobro dos 4,6 milhões de barris diários de 2011, segundo a consultoria Turner, Mason & Co. Mas a capacidade do país de refinar este tipo de petróleo deve aumentar apenas um pouco, dos atuais 7,7 milhões de barris diários para 8 milhões.

O debate sobre as exportações petrolíferas pode repetir a discussão sobre a exportação de gás natural liquefeito. Os produtores americanos vêm pedindo ao governo federal permissão para vender o gás no exterior, onde os preços são muito mais altos do que nos EUA.

Mas a Dow Chemical Co. e outras empresas já afirmaramque as exportações elevariam o preço do gás natural no mercado interno e prejudicariam a indústria local. O Departamento de Energia dos EUA deve decidir sobre o tema ainda este ano.

(Fonte: Valor Econômico/Por Ben Lefebvre e Alison Sider | The Wall Street Journal/Colaboraram Jerry A. DiColo e Tom Fowler.)






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