Protocolo de intenções assinado na Espanha dá pontapé inicial para o empreendimento
A construção de uma plataforma logística é desejo antigo de Canoas. O empreendimento reúne, no mesmo local, um centro de transporte rodoviário, terminal aéreo, empresas atacadistas, operadores logísticos e serviços voltados para a movimentação e distribuição de mercadorias.
A primeira fase do empreendimento, que prevê quatro conjuntos de armazéns distribuídos em 30 hectares, deve estar concluída em 2012. Serão necessários 10 anos para o funcionamento total da plataforma que, ao final do processo, comportará aproximadamente 600 empresas. A estimativa é que o investimento total gire em torno de R$ 445,84 milhões.
Segundo Maurenio Stortti, presidente da M. Stortti, consultoria contratada pela prefeitura para desenvolver o plano de negócio, 560 empregos diretos e 298 indiretos devem ser gerados com a plataforma. Cerca de 600 vagas temporárias já na primeira fase das obras. A secretária-chefe do Escritório de Captação de Recursos da prefeitura, Ângela Baldino, chama a atenção para o incremento que a obra pode trazer à receita do município.
– Podemos dobrar a arrecadação de ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza) em Canoas. Atrairemos muitos prestadores de serviços – projeta a secretária.
Na terça-feira, a prefeitura firmou, na Espanha, um convênio com a Plaza, uma das principais plataformas logísticas da Europa. O protocolo de intenções deve trazer para Canoas a tecnologia e a experiência da empresa, cuja sede fica em Saragoça. Conforme Ângela, como contrapartida pela consultoria, a Plaza receberá royalties entre 0,5% e 1,5%.
– Em vez de partirmos do zero, veremos como é feito em Saragoça. Tudo começou a partir da assinatura do convênio – diz.
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Simone Leite, ressalta que já há investidores interessados no negócio. A prefeitura terá participação numa sociedade anônima que deve ser constituída ainda neste ano.
A plataforma será construída num terreno de cem hectares, localizado ao lado do Distrito Industrial Jorge Lanner, no bairro Niterói. Para viabilizar a conexão rodoviária, será construída uma via expressa sobre o dique do bairro Niterói, que ligará a plataforma à BR-116. Já para a conexão aérea, será utilizado o Aeroporto Salgado Filho, distante quatro quilômetros. A prefeitura está em tratativas para usar também a pista da Base Aérea de Canoas.
- Local da plataforma não é unanimidade
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Rio Grande Sul (Setcergs), Silvano José Carlos Silvano, critica o local escolhido para a plataforma. Desde 2003, ele acompanha as discussões sobre a viabilidade de implantação do empreendimento no Estado, e aponta a confluência da BR-386 com o Rio dos Sinos, definido no projeto original, como o melhor local para a construção.
– Seria uma opção mais viável, pois possibilitaria um maior número de tipos de transporte – afirma o presidente.
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico observa que o local anterior sofre com as cheias do Rio dos Sinos, que tornam a região alagadiça. Além disso, o uso da área dependeria de desapropriações, enquanto o lugar escolhido já pertence ao município.
SABRINA CORRÊA | Especial
O PROJETO
A empresa Stortti enviou ao + Canoas a planta da plataforma a ser erguida. Confira o que fará parte da estrutura:
Fonte: Zero Hora
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