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Navalshore

Por dentro do navio petroleiro de Eike Batista

Primeiro navio do Grupo EBX, o OSX-1 custou cerca de R$ 1 bi e começará a produzir petróleo ainda este ano.

O carioca que passa pelo porto do Rio observa um grande navio novo em folha ancorado na Baía de Guanabara. Não é bonito nem tem o brilho dos transatlânticos que começam a chegar ao Rio nesta temporada de quase verão. O gigante de 271 metros de comprimento que chama a atenção é o OSX-1, primeira embarcação fabricada pelo estaleiro do grupo EBX, que será responsável pela produção inicial de petróleo da OGX, também do empresário Eike Batista.

Entrar nesse gigante não é tarefa simples, mesmo para uma simples visita. Para começar, a reportagem do iG teve que encarar uma longa escadaria. A alternativa era pior: ser suspenso por um guindaste a bordo de uma cesta ao sabor do vento nem sempre hospitaleiro. Dentro do OSX-1, é obrigatório o uso de equipamentos de segurança: capacete, óculos de proteção, luvas. O calçado não pode ter cadarço, deve ser fechado e ter solado de borracha. Também são obrigatórias a calça comprida e camisas ou camisetas de mangas compridas. Durante a operação do navio, o protetor auricular também é exigido. A entrada com telefones celulares e computadores também é proibida. As medidas de segurança devem ser seguidas por trabalhadores e visitantes, sem distinção.

Os números do OSX-1 impressionam. O navio custou US$ 610 milhões, cerca de R$ 1 bilhão. É do tipo FPSO - Floating production, storage, and offloading, ou unidade flutuante que produz, armazena e descarrega óleo, também conhecido como navio-plataforma. A capacidade de produção diária é de 60 mil barris de óleo por dia, e a de armazenamento é de 900 mil barris.

A unidade foi montada em Cingapura e viajou por 45 dias para chegar ao Rio, depois de passar 12 meses sendo customizada para operar na Bacia de Campos. Antes de seguir para o campo de Waimea, chegou a ser interditado pelo Ministério do Trabalho, por não atender a normas de segurança para os trabalhadores, mas os problemas serão facilmente superados, segundo executivos da OSX.

Nos primeiros meses, o OSX-1 fará parte de um Teste de Longa Duração (TLD). Durante este período, o navio deve produzir entre 15 e 20 mil barris de óleo por dia. Este período de testes tem o objetivo de dar mais informações sobre as características do campo à empresa.

A unidade fica ancorada por meio do turret, uma peça que leva o óleo do fundo do mar para dentro do navio e também permite que o FPSO fique fixo ao fundo do mar, mas ao mesmo tempo flutue de acordo com os ventos e as ondas. O óleo passa para o manifold, um conjunto de válvulas que separa o petróleo e o distribui para as unidades de processamento do navio.

Outro módulo da unidade retira o excesso de água e de sal do petróleo. A água é novamente tratada para ser devolvida ao mar sem óleo, ou reinjetada no poço para preencher o espaço deixado pelo óleo – nesse segundo caso, é necessário retirar o sulfato e o oxigênio, para evitar o crescimento de bactérias junto do petróleo que ainda vai ser retirado.

Dentro do navio também é processado o gás retirado junto do petróleo. No caso do campo de Waimea, como a quantidade de gás é pequena, serve apenas para gerar energia elétrica para o funcionamento do próprio navio. Um módulo trata o gás e outro produz eletricidade a partir dele.

O FPSO também tem uma área chamada de casario, onde ficam asáreas de controle, refeitórios, dormitórios, bibliotecas técnicas e áreas de lazer, entre outras, e um heliponto. Tem capacidade para até 80 pessoas, mas vai trabalhar com 63.

Os funcionários são todos experientes, oriundos de outras empresas de petróleo, especialmente a Petrobras. Para o primeiro navio da frota, a OSX optou por preencher seus quadros apenas com profissionais que já conhecem bem os mares que navegarão. Mas para as próximas unidades, OSX-2 e OSX-3, que deverão ser entregues em 2013, a empresa buscará também profissionais sem experiência no mercado. A seleção começa em janeiro do ano que vem, para os interessados em trabalhar em gigantes como este.

Fonte: Mariana Sant'Anna, iG Rio de Janeiro






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