Receba notícias em seu email

Yanmar

Queda das reservas pode levar Petrobras a não pagar dividendos

A Petrobras surpreendeu alguns analistas na sexta-feira ao divulgar queda de 19% a 20% nas reservas provadas de petróleo e gás, de acordo com o critério de contabilização, após aumentos durante quinze anos consecutivos, como destacou o banco Itaú BBA. O Goldman Sachs ressalta que as reservas voltaram aos níveis de 2002.

Por causa dessa redução, o J.P.Morgan prevê que a Petrobras fará uma baixa contábil de US$ 2 bilhões a US$ 8 bilhões por perda do valor recuperável dos ativos (impairment) no quarto trimestre. Segundo os analistas do banco, isso "reduz para perto de zero" as chances de a empresa pagar dividendos. Isso se deve ao fato de que, de janeiro a setembro, a Petrobras tem lucro acumulado de R$ 2,1 bilhões. Se fechar o ano no prejuízo, como em 2014, a estatal não precisa pagar nem mesmo o dividendo mínimo previsto para as ações preferenciais, pago apenas quando há lucro apurado no exercício.


PUBLICIDADE



A Petrobras fechou 2015 com reservas provadas de 10,516 bilhões de barris de óleo equivalente no critério da Securities and Exchange Commission (SEC) e 13,3 bilhões de barris no critério da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que segue o padrão da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE na sigla em inglês). Em 2014, as reservas estavam em 13,141 bilhões e 16,612 bilhões de barris, respectivamente.

Os preços da commodity influenciam, já que só podem ser contabilizados como reserva os campos de petróleo ou gás cuja produção seja economicamente inviável. Na Petrobras as revisões técnicas e econômicas provocados pelo novo patamar do Brent reduziram em 2,4 milhões de barris equivalentes as reservas provadas em 2015 (critério ANP/SPE) ou 1,7 milhão de barris (SEC).

Entre as diferenças de critérios estão os preços de venda (a SPE se baseia em estimativas no mercado, enquanto a SEC considera a média mensal apurada); aspectos técnicos como evidências de reservatórios baseados em sísmica (não aceitas pela SEC), e ainda o prazo da concessão (SEC) versus a vida útil do reservatório (SPE).

Como todo o petróleo e gás extraídos ao longo de 2015 - 932 milhões de barris equivalentes - foram deduzidos das reservas de 2014, as novas descobertas da Petrobras foram insuficientes para manter o volume. Mesmo assim, a Petrobras ressaltou que "mantém um portfólio robusto, com reservas que equivalem a 14,2 anos de sua produção atual no Brasil".

Diego Mendes e Pablo Castello Branco, analistas do Itaú BBA estranharam a menor contribuição do pré-sal, citando as áreas da cessão onerosa e Libra, entre outros. "Esperávamos uma maior contribuição do pré-sal em 2015, uma vez que a estimativa da companhia é de que a produção na região é viável mesmo com o petróleo custando US$ 40 o barril, já considerando todos os custos".

Os analistas do Goldman Sachs ressaltam que a redução era esperada pelo mercado dado queda dos preços do Brent e por isso consideram o anúncio neutro com viés ligeiramente negativo. E destacaram que a queda das reservas não tem impacto de curto a médio prazo nas estimativas do banco porque desde 2013 o modelo de avaliação para a Petrobras tem como base "a análise crítica da viabilidade econômica de projetos individuais de petróleo e gás e não sobre os relatórios de reservas certificadas", informam.

Fonte: Valor






   Zmax Group    ICN    Antaq
       

NN Logística

 

 

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira