Estaleiro Caneco terá destinação resolvida a partir de 31 de julho quando irá a pregão no Rio de Janeiro -- O estaleiro Caneco, com falência decretada em 2006, está perto de ter sua situação resolvida. No dia 31 de julho será realizado pregão de venda no valor mínimo de R$ 417.539.345,93, suficiente para quitar suas dívidas. O edital esclarece que a alienação dos bens será livre e desembaraçada de todo e qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor e dos ocupantes, inclusive as de natureza tributária (incluindo-se IPTU, SPU, taxas fundiárias e etc.), as derivadas da legislação trabalhista e as decorrentes de acidente do trabalho.
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Serão repassados ao arrematante os bens imóveis com metragem total de terreno de 135,22 mil metros quadrados, com 10 prédios com área total de 10,135 mil metros quadrados, 14 galpões com área total de 16,27 mil metros quadrados, seis oficinas, carreira longitudinal, carreira lateral e quatros cais. Dentre os bens móveis, destaque para 21 pontes rolantes e 11 guindastes com capacidades variadas, linha de panelização e de tratamento de chapas, balança para pesagem de carretas, calandras, tornos e prensas hidráulicas.
O Caneco foi fundado em 1886 no bairro carioca da Saúde e em 1909 mudou-se para o Caju. Desde 2000 é ocupado pelo Rio Nave Serviços Navais Ltda., por meio de um contrato de arrendamento.
Em julho de 2012, a 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio autorizou a realização de pregão para a venda dos ativos. Para isso, nomeou o leiloeiro Fernando Braga para conduzir o processo, com remuneração de 5% sobre o valor da venda. O Ministério Público entrou com recurso, questionando a participação de leiloeiro na modalidade pregão. Os desembargadores acolheram o recurso e o pregão será conduzido pelo juiz. Nesta modalidade, as propostas são entregues lacradas no cartório e o juiz abre as propostas em audiência pública, sendo prevista uma eventual segunda fase de lances orais. Já na modalidade leilão, não há a fase dos envelopes, apenas os lances orais.
O governo do estado do Rio pretendia instalar no terreno do estaleiro um distrito industrial e em agosto de 2012 o governador Sérgio Cabral baixou decreto desapropriando o Caneco, mas a iniciativa foi bloqueada na justiça.