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Setores aeronáutico e naval precisam de investimentos contínuos, dizem especialistas na CI

Representantes dos setores aeronáutico e naval defenderam, ontem (31), em painel promovido pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), a aplicação constante de recursos públicos a fim de possibilitar o desenvolvimento desses ramos industriais no país. O painel, o 12º da Agenda Desafio 2009-2015 - Recursos Humanos para Inovação e Competitividade, abordou os desafios, necessidades e perspectivas da formação e capacitação de recursos humanos na área aeronáutica e de transportes aquaviários.
Hermann Ponte e Silva, vice-presidente-executivo de Organização e Recursos Humanos da Embraer, destacando a importante posição ocupada pela indústria aeronáutica brasileira em nível mundial, reclamou da falta de mecanismos adequados de apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias no Brasil, semelhantes aos existentes em países como Estados Unidos e outros da União Européia.
O vice-chefe do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Coppe/UFRJ, Luiz Felipe Assis, considerou necessário não apenas elevar os investimentos na formação de recursos humanos para o setor naval, mas também manter as aplicações na manutenção dos equipamentos, como tanques oceânicos, já existentes nas escolas de engenharia naval.
- A gente fica com receio, pois o Brasil já conseguiu ter uma frota pujante e uma importante indústria naval, mas decaiu muito rápido. É importante pensar no longo prazo. A gente precisa ter produção com custos e prazos em padrão internacional, a fim de garantir perenidade e competitividade à indústria nacional de navios - disse Luiz Felipe Assis.
Na mesma direção, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, reclamando da redução de recursos orçamentários para sua entidade, considerou fundamental a priorização da indústria aeroespacial para que o país possa ter um desenvolvimento tecnológico adequado. Ele lembrou que são inúmeras as áreas beneficiadas, por exemplo, com o domínio da tecnologia de produção e lançamento de satélites. De acordo com Carlos Ganem, os gastos do Brasil apenas com o lançamento por um país estrangeiro de um satélite geoestacionário chega a US$ 477 milhões.
Já o tenente-brigadeiro-do-ar, Ramon Borges Cardoso, diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), apresentou uma síntese da política de formação de recursos humanos de seu órgão. Segundo ele, a excelência dos cursos ministrados pelo Decea pode ser atestada pela boa classificação da entidade em auditoria internacional que colocou o Brasil entre os cinco países com melhor sistema de controle de tráfico aéreo.
Participou também da reunião o diretor de Administração da Infraero, Mauro Lima, que apresentou informações os recursos investidos pela estatal na formação de pessoal. Respondendo a crítica do senador Mão Santa (PSC-PI), que presidiu a audiência pública, sobre a falta de vôos diretos entre capitais das Regiões Nordeste e Norte, explicou que o alto número de vôos com escala em Brasília, em linhas que ligam capitais do Norte e Nordeste, se deve a falta de demanda de passageiros para vôos diretos.

Fonte: Agência Senado/
Laércio Franzon


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