ANGRA DOS REIS - Para chamar atenção do governo por causa da situação enfrentada pelo Estaleiro da Brasfels em Angra dos Reis, o Sindicato dos Metalúrgicos realiza hoje um ato na entrada da cidade e em frente ao estaleiro. A mobilização iniciará às 5 horas e conta com o apoio de diversos sindicatos, comércio local, governo municipal, associações de moradores, câmara de vereadores, entre outras. Em outra ação para chamar atenção a respeito da crise da empresa, que já demitiu 500 funcionários e tem previsão de mandar embora outros 1,5 mil, a Câmara Federal promoveu uma audiência pública.

O fechamento do estaleiro BrasFels não é hoje uma possibilidade distante. “A decisão do ato foi tomada após reunião realizada no Rio na semana passada onde a Petrobrás e a Sete Brasil relatarem que não há como pagar. A previsão é que os pagamentos sejam efetivados em junho do ano que vem. A Brasfels já está há 14 meses sem receber e tem mantido seus funcionários com pagamentos corretos. Mas ela não está tendo como se manter dessa forma. A alternativa foi à demissão. Queremos preservar os empregos, que após as duas mil demissões permanecerá em 4,5 mil. Hoje a folha de pagamento da empresa custa em torno de R$ 55 milhões por mês”, relatou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Manoel Sales.

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Ainda de acordo com Manoel, a intenção é cobrar do governo e deixar com que a sociedade saiba do que está se passando. “Faremos uma manifestação pacífica. O que queremos é lutar por essa causa. Não dá para ficar de braços cruzados”, declarou.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

A Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal promoveu ontem uma audiência pública convocada pelo deputado Fernando Jordão (PMDB) para tratar sobre a situação do estaleiro BrasFels, que enfrenta grave crise e já demitiu 500 pessoas, tendo previsão de outras 1,5 mil. Participaram o presidente da comissão, o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), o deputado Luiz Sérgio (PT), o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra, Wellington Terra, o presidente da câmara de Angra dos Reis, o vereador Marco Aurélio Vargas (PROS), e os vereadores Helinho do Sindicato (PCdoB), Jean Carlos (PDT), Chapinha do Sindicato (PSD), Eduardo Godinho (PT) e Luis Cláudio, o Claudinho (PR).

“Esse encontro é mais uma demonstração de que Angra dos Reis está reagindo e unindo forças, pois não podemos continuar inertes, diante das demissões que já vem ocorrendo no BrasFels e das que ainda estão por vir, podendo chegar a 4 mil trabalhadores sendo mandados embora. O estaleiro não recebe da Sete Brasil há mais de 14 meses e o acumulo destas dívidas e a não solução por parte da Petrobras e do Governo Federal deste sério problema, acabaram ocasionando o que estamos enfrentando em Angra dos Reis, demissões e mais demissões de trabalhadores”, disse Jordão.

De acordo com o deputado, essa situação não chegou a esse ponto por falta de alternativas. Ele lembrou que foram diversas reuniões entre ele, Luiz Sérgio, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Manoel Sales e representantes da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia. Jordão lamentou que nada tenha sido resolvido e avisou que continuará lutando para resolver o problema dessa dívida da Sete Brasil com a BrasFels.

Fonte: A Voz da Cidade