Trabalhadores não fecharam acordo e paralisaram serviços
Às 7h da manhã de ontem, durante a assembleia no Complexo Industrial Portuário de Suape, os trabalhadores da construção pesada em atividade nas obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e da PetroquímicaSuape deflagraram greve por tempo indeterminado. Segunda-feira, eles já estavam em “estado permanente de assembleia” e ontem rejeitaram as propostas apresentadas pelo patronal Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) - folga de campo de cinco dias por 90 trabalhados, passagem aérea para trabalhadores que morem a partir de mil quilômetros da obra, R$ 180 de cesta básica e 10% de reajuste salarial. A greve paralisa as obras da Rnest e da Petroquímica, ambas no Complexo, com 37 mil trabalhadores ao todo. Na ferrovia Transnordestina, Arena da Copa e Transposição do Rio São Francisco, mais de 20 mil trabalhadores continuam em atividade.
Durante a assembleia, as lideranças do Sindicato dos Trabalhadores na Construção de Estradas, Pavimentação e Terraplanagem em Geral de Pernambuco (Sintepav-PE) destacaram a escassez da mão de obra e disseram que a proposta dos patrões ainda “não é a ideal”. O requerido é um aumento salarial de 15%, cesta básica de R$ 300 e, principalmente, abono dos dias parados durante a greve encerrada em março passado. Nesta data-base, as negociações começaram há pouco mais de 15 dias.
O Sinicon reuniu-se com as empresas na tarde de ontem e divulgou, em comunicado à Imprensa, que o Sintepav “atropelou as negociações e instaurou a greve, sem avisar com 48 horas de antecedência, por meio de ofício, como diz a lei”. Por isso, o sindicato patronal entrou com um pedido de dissídio de natureza jurídica, junto à Justiça do Trabalho. Hoje, representantes das empresas têm uma reunião com o procurador-chefe do Trabalho, Fábio Farias, que já colocou o serviço do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE) à disposição para mediar entendimento entre as partes.
No fim da tarde, o presidente do Sintepav-PE, Aldo Amaral, entrou em reunião com o secretário de Articulação Social e Regional, Sileno Guedes, que também se colocou à disposição para intermediar as negociações. Amaral chegou a dizer que não haverá assembleia hoje em Suape, mas as negociações continuam e o Sindicato fará inspeções nos canteiros de obras para garantir que a greve está sendo respeitada.
Fonte: Folha de Pernambuco(PE)/TATIANA NOTARO
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