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TWB adia projeto de exploração em alto mar

Por quatro anos, a aposta parecia ter dado certo. O grupo TWB, uma empresa paulista de construção naval, serviços e transporte marítimo, havia decidido entrar em um novo e ousado negócio: explorar um mineral no leito do mar para vendê-lo como fertilizante. Em 2007, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) concedeu dois alvarás para o início das pesquisas. O local era uma área de 96 mil hectares, a 300 milhas da costa do Espírito Santo.

A empresa investiu desde então R$ 7 milhões em levantamentos, sondagens de uma substância chamada granulado bioclástico - um tipo de areia rica em nutrientes que ajudaria a aumentar a produção de diversos cultivos, entre eles milho, soja e cana de açúcar.

Mas o negócio parou há cerca de dois meses. Foi quando o mesmo DNPM anulou os alvarás - supostamente porque a área estava fora da fronteira marítima brasileira. "Estávamos nos preparando para fazer os investimentos finais na pesquisa", disse ontem Luiz Eduardo Anchieta, gerente executivo da TWB Mineração, empresa criada só para entrar no negócio da exploração mineral no fundo do mar. O grupo TWB faturou R$ 55 milhões no ano passado.

"Nosso projeto, vinha chamando a atenção de investidores. Mas com o cancelamento, todos eles passaram a preferir esperar", disse o executivo. A TWB Mineração vinha conversando com potenciais investidores para a ampliação das pesquisas de recursos minerais no mar.

Um balanço do DNPM mostra que, até dezembro de 2010, o número de pedidos de pesquisa na plataforma continental era de 1.248. Todos na faixa reconhecida pelas Nações Unidas.

A TWB foi a única a pedir uma permissão além dessa faixa, segundo Kaiser Gonçalves de Souza, chefe da Divisão de Geologia Marinha do Serviço Geológico do Brasil. Quando o DNPM aceitou o pedido, a empresa imaginou-se segura e começou a investir.

"Não nos parecia um risco porque o DNPM tinha concedido os dois alvarás e isso nos deu certa firmeza sobre o arcabouço legal de investirmos e serviu também para atrair a atenção dos investidores", disse Anchieta. A empresa avalia como vai agir. Consultado ontem sobre o caso, o DNPM não respondeu até o fechamento da edição.

Fonte:Valor Econômico/Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte






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