Lançamento do 1º navio do Programa de Renovação da Frota no Rio marca aposta de 50 mil novos empregos no estado
Rio - Um sinal claro do aquecimento da indústria naval fluminense, tão logo foi lançado ontem ao mar o petroleiro Celso Furtado pelo Estaleiro Mauá, em Niterói, a cerimônia teve ainda o batimento de quilha (início de construção) de novo navio. As encomendas atendem a pedido da Transpetro, subsidiária da Petrobras, que só no estado está comprando 16 embarcações. Trabalhadores do estaleiro, considerado o berço do setor, deixaram de lado feriado niteroiense para demonstrar orgulho.
O lançamento foi o primeiro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) implementado pela Petrobras no estado, com encomendas de R$ 2,2 bilhões. Os investimentos criam 50 mil empregos diretos e indiretos.
A homenagem ao economista paraibano Celso Furtado (1920-2004) contou com a presença de sua viúva, Rosa. Além de ser um dos criadores da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), órgão que ele presidiu, Furtado foi um dos idealizadores do nacional-desenvolvimentismo, que teria inspirado o governo federal na decisão de construir no País os navios da Petrobras, em vez de encomendá-los em empresas no exterior.
BRASIL FOI O 2º DO SETOR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a ida ao estaleiro por conta das chuvas que castigaram Pernambuco e Alagoas, onde esteve ontem. Ele foi representado pelo ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, destacou que o Brasil foi o segundo País na indústria naval mundial nos anos 70 e de ter visto o setor se estagnar na década de 80.
Durante a cerimônia, grupos na platéia, formada por sindicalistas, gritaram o nome da pré-candidata do PT à Presidência da República, ex-ministra Dilma Rousseff.
Estaleiro da OGX pode trazer 4 mil empregos
O Grupo EBX, do empresário Eike Batista, poderá trazer para o Rio o estaleiro que pretendia instalar em Biguaçu (SC) e, com ele, gerar 4 mil vagas no canteiro de obras no estado. O empreendimento, da OSX, criada para fornecer equipamentos e serviços para a indústria offshore de petróleo e gás para a OGX, terá 1,6 milhão de metros quadrados e capacidade para processar 180 mil toneladas por ano. Mas poderá chegar a 460 mil com projeção de expansão.
O projeto — em parceria com a Hyundai —, foi concebido para utilizar tecnologias de última geração para a construção de navios-sonda, plataformas fixas, jaquetas e navios do tipo FPSO. Mas vem enfrentando problemas com o licenciamento ambiental.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, foi procurado há mais de um mês pelo grupo, que estaria interessado em instalar a unidade no estado. Não há local definido, mas pode ser que fique próximo ao Porto do Açu. Procurado por O DIA, o grupo EBX respondeu que não se pronuncia sobre o tema por enquanto.
Fonte: O Dia Online
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