Prevista para começar a operar em abril, a hidrovia Guaíba-Porto Alegre está encalhada antes mesmo de ver realizada sua primeira viagem. A esperada travessia fluvial, anunciada com festa pela ex-governadora Yeda Crusius no final de dezembro, está à deriva em consequência de imbróglios políticos e burocráticos.
Os atuais superintendentes dos dois órgãos responsáveis para que o transporte fluvial deslanchasse miram na administração anterior para culpar o provável adiamento. Vanderlãn Vasconsèllos, da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), e Elir Girardi, da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), apontam que o governo passado executou apenas a licitação da empresa que fará o trajeto, mas não avançou nas obras e nos equipamentos necessários para operação.
Cenário não desanima a vencedora da licitação:
Para evitar o encalhe das embarcações que vão fazer o trajeto de 15 quilômetros, será preciso executar uma dragagem de quase dois quilômetros, em Guaíba. O terminal da Capital, que será instalado num dos armazéns, ainda nem foi liberado. Além disso, falta a instalação da sinalização e de dispositivos de segurança.
— O governo anterior começou a casa pelo telhado. Os barcos existem, mas ainda não tem a estrada. Não foi feita a dragagem em Guaíba, não tem sinalização com boias. Falta também liberar o terminal de Porto Alegre. Não tem segurança para operar. Como iremos liberar a travessia de 120 pessoas por viagem assim? — questionou Vasconsèllos, no cargo desde 25 de janeiro.
Fonte: Zero Hora/Gustavo Azevedo
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