O declínio nos fretes marítimos para matérias-primas, em seu menor patamar nos últimos 18 meses, pode estar perto do fim. A reversão seria causada pelas altas nos preços do aço e do minério de ferro, que indicam aumento na demanda chinesa e por consequência uma redução na capacidade ociosa de transporte naval em todo o mundo.
Os preços do aço chinês aumentaram 4,7% na semana passada, o maior aumento nos últimos 11 meses. Os derivativos de minério de ferro para o quarto trimestre subiram 23% entre os dias 9 e 21 de julho, de acordo com dados do Deutsche Bank. O custo médio para arrendar os navios do tipo capesize (demasiado grandes para passarem pelos principais canais mundiais) usados para carregar minério de ferro chegará a US$ 30.375 por dia no quarto trimestre, segundo a mediana das previsões de 18 analistas consultados pela Bloomberg. Para se ter uma ideia de comparação, atualmente eles cobram US$ 12.755.
A expectativa de aumento no custo do transporte marítimo indica que a queda no frete dos capesizes, verificada desde 2 de junho, não prenuncia uma nova retração econômica mundial.
Embora a produção siderúrgica chinesa em junho tenha sido a menor desde fevereiro, o país asiático ainda foi responsável por 45% da oferta mundial do produto. Três meses consecutivos de queda nas importações de minério de ferro podem sinalizar apenas que as usinas siderúrgicas chinesas estão recorrendo a seus estoques.
Fonte: Valor Econômico/ Alaric Nightingale e Alistair Holloway, Bloomberg
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