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Navalshore

Empresa responsável por cargueiro que afundou é multada

Passados três meses desde o naufrágio do navio cargueiro Navemar XII, que seguia para o arquipélago de Fernando de Noronha, a empresa responsável pela embarcação, a Meso Oceânica Serviços de Embarcações Ltda, ainda não apresentou ao Ibama um plano de remoção do óleo diesel dos tanques, que chega a 6,5 mil litros. Muito menos cumpriu a determinação do órgão ambiental em instalar barreiras de contenção no local do encalhe.

O não cumprimento acarretou em duas notificações com penalidade de multa de R$ 300 mil. Especialistas alertam que a estrutura da embarcação está se desintegrando rapidamente, o que só agrava o risco de o óleo diesel se espalhar. Caso isso ocorra, o dano ambiental poderá atingir não só as praias de Olinda, mas chegar também até a praia de Boa Viagem, no Recife.


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A penalidade para casos de poluição marinha, considerados de grande impacto ambiental, pode chegar até a máxima, que é de R$ 50 milhões, conforme o Ibama.

Na avaliação de Mauro Maida, do Departamento de Oceanografia da UFPE, o cenário é preocupante, já que em casos de vazamentos, compromete-se todo o ecossistema marinho.

“O óleo diesel, por ter densidade menor que a água, tende a flutuar no alto-mar, formando uma grande mancha na água. Esse óleo impermeabiliza a troca de gases da atmosfera com o mar, comprometendo o oxigênio da fauna. Nisso também sofrem os plânctons. Esses micro-organismos são os que mais sofrem em casos de vazamentos por ficarem na superfície do mar. Eles são muito importantes por contribuírem com a renovação do ar”, explica.

O chefe de fiscalização do Ibama em Pernambuco, Amaro Fernandes, ressalta que a estrutura metálica do navio, em si, não compromete o meio ambiente marinho. A Marinha do Brasil, inclusive, decidirá se o navio deverá ser rebocado ou naufragado para virar mais um recife artificial. “O problema todo está no diesel. Por isso, exigimos da empresa um plano urgente para que se remova aquele óleo. Até porque, por estar muito próximo da costa, esse óleo corre sério risco de chegar à faixa de areia”, alerta o oceanógrafo.

Desde que ocorreu o acidente, a Capitania dos Portos, junto ao Ibama, tem feito o monitoramento diário da embarcação no sentido de controlar qualquer risco. “Até o presente momento, não há risco de vazamento, mas essa exigência da retirada do óleo deve ser feita o quanto antes para que não ocorra uma fatalidade. Não significa que porque hoje não há risco, que está assegurado que amanhã não possa ter um acidente”, acrescenta Amaro Fernandes.

A embarcação

A embarcação havia partido do Porto do Recife, em novembro passado, no fim da tarde de um sábado, e seguia rumo ao arquipélago de Fernando de Noronha. O naufrágio ocorreu por volta das 19h, após um percurso de sete milhas náuticas, ou quase 13 quilômetros. Para o destino, o Navemar XII levava materiais de construção que seriam utilizados em obras numa quadra escolar e num posto de saúde, todas do Governo do Estado.

Um carro da Polícia Federal também estava na carga. Com custo de R$ 3 milhões e capacidade de carga de até 150 toneladas, o navio não estava lotado e tinha seguro. Na época, especialistas em conduzir navios explicaram indícios do que houve com base na forma como o Navemar XII afundou. Segundo eles, emborcar é algo que ocorre, geralmente, por duas razões: ou a carga estava mal estivada ou o barco pegou um vento de través (vento de lado). Procurada pela Folha de Pernambuco, a Meso Oceânica Serviços de Embarcações Ltda não retornou às ligações.

Fonte: Folha de Pernambuco






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