Navalshore 2024

Entidade faz grave denúncia contra a TWB

A TWB "reformou" tanto o dose-dupla "Juracy Magalhães Jr." que deixou o comandante completamente "cego" ma hora de atracar. Agora, a atracação é virtual e o risco de um acidente grave preocupa usuários.

Salvador - A UsaFerry (União dos Usuários do Sistema Ferryboat) fez nesta segunda-feira (2) uma grave denúncia contra a concessionária TWB. Segundo a entidade, que tem sede na Ilha de Itaparica, a TWB, ao promover modificações no ferryboat "Juracy Magalhães Jr.", deixou o comandante da embarcação completamente "cego" para realizar com segurança as manobras de atracação. E mais: o lastro do navio recebeu nada menos que 110 toneladas de pedras.

O ferry "Juracy Magalhães Jr." levou nada menos que 18 meses para ser reformado pela TWB, que diz ter investido R$ 3,6 milhões nos serviços. A Agerba (Agência de Regulação da Bahia) não fiscalizou e sequer acompanhou a reforma. O prazo de um ano e meio para a "reforma" é considerado como um recorde histório da indústria naval brasileiro, ou quiçá do mundo. Os 18 meses seriam suficientes, por exemplo, para se construir um transatlântico de 360 metros com 5.500 lugares.

Mas, vamos à denúnca da UsaFerry. Por que o marinheiro, quando no comando do "Juracy Magalhães Jr''., fica ''cego''?

Com as mudanças feitas pela TWB no projeto original desse navio, a cabine de comando ficou menor devido à construção de um convés novo de passageiros na parte superior da embarcação. Com a cabine de comando menor, o comandante deixou de enxergar a proa e a popa e perdeu também a visibilidade do boreste (lado direito) e do bombordo (lado esquerdo) da embarcação.

Para compensar a perda de visibilidade completa dos pontos de atracação, foram instaladas câmeras, que "trasmitem" ao comandante o que seria uma "visão geral" da proa e da popa.

Um verdadeiro perigo. Em caso de um câmera se danificar pela efeito de um temporal, por exemplo, ou até por um defeito técnico, o comandante ficará completamente perdido no momento de realizar a atracação. A maresia também pode ofuscar as lentes dos equipamentos. Isto acontecendo, o choque do navio contra um píer de atracação seria inevitável. O risco de um acidente grave é paupável, como o do Ferry-Bate  "Anna Nery", que atirou ao mar o carro e o delegado José Magalhães depois de se chocar fortemente contra um píer no Terminal de São Joaquim.

O JORNAL DA MÍDIA consultou dois técnicos da área de engenharia naval e ambos tiveram a mesma opinião:

Com essas moficações feitas pela TWB, com a colocação de câmeras, o perigo de acidentes de atracação é evidente. Esse projeto só poderia ser praticado pela concessionária com aprovação da Capitania dos Portos. É a Capitania que vai dizer se pode ou não.

Sabe-se que a Capitania dos Portos não teria aprovado as mudanças introduzidas no "Juracy Magalhães Jr''. e que, por isso mesmo, o navio, que deveria retornar ao tráfego desde o Carnaval, continua encostado no Terminal de Bom Despacho.

110 toneladas de Pedras - Essa denúncua da União dos Usuários do Sistema Ferryboat integra um verdadeiro dossiê que a entidade elaborou para apresentar ao governo, aos deputados e à imprensa. Ainda sobre a reforma do "Juracy Magalhães Jr.", a UniFerry destaca no documento outra denúncia: no lastro do navio, foram colocadas nada menos que 110 toneladas de pedras (paralelepípedos) no lastro da embarcação, com o objetivo de promover o ''equilíbrio'' e a ''estabilidade''.

"O que nós queremos saber é se essa colocação de pedras no lastro da embarcação teve parecer de algum engenheiro naval ou de um laudo de alguma agência classificadora. É preciso que alguém venha de público garantir que a medida é segura, que não representa nenhum risco. Essas pedras foram colocadas como? Elas estão firmes ou soltas, o que poderia danificar o casco da embarcação e até rompê-lo? Afinal, os usuários do ferryboat não podem ser cobaias da TWB'', sustentou Mário Oliveira, presidente da UniFerry.

Mais Denúncias - As denúncias da UniFerry engrossam um verdaeiro rosário de queixas contra a concessionária TWB. Recentemente, a presidente da Associação Comercial de Vera Cruz, Lenise Ferreira, autora de algumas ações no Ministério Público da Bahia contra a empresa paulista, fez várias denúncias contra a operadora do ferryboat, a exemplo so sucateamento da frota, do abandono do Terminal Rodoviário de Bom Despacho, da falta de manutenção da ponte de passageiros e veículos do mesmo terminal, da perseguição aos comerciantes lacatários, entre outras.

Lenise assinalou que a população continua esperando que ações enérgicas e justas sejam adotadas pelo Governo do Estado, a exemplo da manutenção da tarifa social (tarifa povão), que a TWB quer tirar agora, com o apoio da Agerba.

"Os direitos dos usuários à tarifa social estão previstos no contrato de concessão. É uma obrigação, portanto, a TWB praticá-los. A tarifa social não foi criada só para os beneficiários do Bolsa Família, como a Agerba quer agora. Os usuário com direito a bolsa família já não fazem a travessia a menos que tenham necessidades extremas pois, mesmo recebendo o benefício, o custo é alto. Queremos também que o governo retome a adminsitração e uso do Terminal Rodoviário de Itaparica e que os comerciantes estabelecidos nos terminais marítimos possam voltar a trabalhar com a retirada de grades e tapumes hoje existentes nos terminais já conhecidos como currais'', observou.

Fonte: Jornal da Mídia

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