Falha no leme pode ter causado colisão de empurrador contra ponte

O trânsito perto da ponte sobre o Rio Paraguai na região de Porto Morrinho ainda não foi normalizado. Policiais aguardam perícia técnica para liberar completamente o trânsito. A cidade de Corumbá chegou a ficar isolada por seis horas, já que o acesso da Estrada Parque está interditado há semanas e a passagem na ponte ficou impedida depois que um empurrador de bandeira paraguaia transportando 16 barcaças de farelo de soja bateu contra o pilar central da ponte abrindo um vão de cerca de 20 centímetros na estrutura.

A colisão ocorreu ontem por volta das 11 horas e somente no final da tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberou a passagem, mas de maneira parcial. Apenas veículos leves - como carros e motocicletas - foram autorizados a cruzar a ponte. Ônibus e caminhões vão esperar o resultado de uma perícia técnica da empresa que administra a ponte - que é de domínio federal - para saber o grau de comprometimento da estrutura e se há condições para suportar o peso de veículos de grande porte. A PRF mantém equipes no local para ordenar o trânsito.

A informação é de que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) vai trazer o engenheiro que projetou a ponte para fazer uma perícia técnica sobre o nível de avaria da ponte do Porto Morrinho e das condições de segurança para o tráfego. A expectativa era que o chamado "engenheiro calculista" chegasse até o início da madrugada desta segunda-feira, dia 09, mas ainda não chegou.

Falha no leme da embarcação

A embarcação bateu no pilar central da ponte. Segundo o comandante do empurrador Doña Carmen, ele teria enfrentado problemas no leme que o impediram de evitar a colisão. Testemunhas disseram que as outras barcaças se soltaram com o choque e seguiram à deriva pelo rio Paraguai. A Marinha mantém equipes no local. Durante o dia, um helicóptero fez sobrevoos pela área onde ocorreu o acidente.

O empurrador Doña Carmen descia o rio com um comboio que seguia de Corumbá e o destino provável seria Assunção, capital do Paraguai. Para passar por baixo da ponte, as embarcações devem desmembrar o comboio completo - 16 barcaças neste caso - e passar quatro de cada vez. Após cruzar o vão navegável, o comboio novamente se junta e segue a viagem pela hidrovia do rio Paraguai.

A Capitania Fluvial do Pantanal, abrirá inquérito para apurar a causas do acidente. O prazo de conclusão é de 90 dias.

Filas nos dois lados

Com a interdição do tráfego, longas filas se formaram nos pontos de acesso à ponte nos dois sentidos da rodovia BR-262. Dez pessoas, de uma mesma família, que seguiam de São Gabriel do Oeste para Corumbá em dois carros, relataram ao Diário o aperto pelo qual passaram à espera da liberação da passagem. Eles viajavam desde a madrugada.

"Chegamos aqui ao meio-dia. Saímos de São Gabriel às 03h30. Água até que conseguimos, mas ficamos sem comida. O que tínhamos era para as crianças, temos quatro crianças e fica difícil", contou Suzana de Fátima Ribeiro. Outra família que viajava com duas crianças de colo seguia de Campo Grande para Corumbá. Eles ficaram sem água e comida e chegaram a pensar em voltar para a capital, mas o combustível não era suficiente para o retorno. A solução foi esperar debaixo do sol que beirou os 32 graus Celsius ao longo da tarde.

Ponte foi inaugurada em 2001

A ponte sobre o rio Paraguai completa 10 anos de inauguração na próxima quarta-feira, 10 de maio. Foi inaugurada em 10 de maio de 2001, pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Ela tem 1.890 metros de extensão, o vão central, por onde passam os navios, tem 125 metros. O ponto mais alto mede 30 metros.

O valor total da obra foi de R$ 22.976.762,37, sendo que o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) foi responsável por 80% do total: R$ 18.381.409,90. Os outros 20% foram a contrapartida do Departamento Nacional de Estrada de Rodagem (DNER), atual DNIT no valor de R$ 4.595.352,47.

Fonte: Correio do Estado/LAíS CAMARGO

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