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Marítimo denuncia situação caótica no ferryboat da TWB

O ferryboat "Ivete Sangalo", que ficou à deriva duas vezes em menos de um mês, está encostado na ponte de Bom Despacho. Outros cinco navios também estão lá. Os motores do "Ivete" foram removidos e o eixo está empenado. O navio vai ser rebocado para um estaleiro em Aracaju.

Salvador - A situação do sistema ferryboat aitnge índices de caos sem precedentes, com o perigo de acontecer, a qualquer momento, um acidente grave, em proporções bem superiores aos seis registrados nos últimos dois meses. A denúncia foi feita com exclusividade ao JORNAL DA MÍDIA por um marítimo da concessionária TWB, que se disse disposto, inclusive, a levar o fato ao Ministério Público da Bahia.

O Terminal de Bom Despacho se transformou em um verdadeiro cemitério de sucatas. Lá estavam encostados ontem, sem condições de tráfego devido à falta de manutenção da TWB, nada menos que seis embarcações. O ferry "Ivete Sangalo", com apenas dois anos e meio de operação, os navios "Juracy Magalhães Jr.", "Ipuaçu", "Rio Paraguaçu", "Maria Bethânhia" e "Agenor Gordilho".

Se não bastasse, os funcionários da TWB não têm mais dia certo para receber salário e o descontentamento é total. "Estão pagando quando querem. Vamos ter que fazer uma greve''. Segundo esse marítimo, a empresa das três letrinhas deixou de depositar o FGTS, denúncia que está sendo levada à Delegacia Regional do Trabalho. (Leia matéria sobre este assunto logo mais aqui).

Descrição da Foto
O Terminal de bom Despacho está sendo transformado em um cemitério de navios abandonados. O governo do Estado finge que não vê. O perigo de um acidente grave na travessia é claro, conforme os marítimos da concessionária TWB.

Em tráfego, apenas os ferries "Pinheiro", que recentemente ficou encalhado na praia de Búzios, em Bom Despacho, e o Ferry-Bate "Anna Nery", aquele mesmo que atirou ao mar o delegado José Magalhães e o seu carro. O dose dupla "Juracy" Magalhães tem simplesmente 20 meses fora de tráfego.

Depois da reforma que sofreu, o "Juracy" está condenado a ficar eternamente encostado, porque as autoridades marítimas não aprovaram as mudanças, que deixaram a embarcação completamente sem visibilidade para os comandantes.

Os remendos que estão sendo feitos nos navios do sistema ferryboat é algo estarrecedor, de acordo com o relato do marítimo. Para se ter uma ideia, o "Ivete Sangalo", antes de ficar à deriva duas vezes em menos de um mês (dias 19 de abri e 4 de maio), recebeu nada menos que dois carros de mão de concreto em seu convés, numa tentativa emergencial para se evitar a entrada de água na praça de máquina.

A providência foi tomada pela TWB depois que a Capitania dos Portos verificou "in loco" a situação em que se encontrava a embarcação. O ferry "Ivete Sangalo" foi incoporado ao sistema ferryboat em agosto de 2008, numa festa muito badalada que contou com a presença da cantora e do governador Jaques Wagner.

É novo, portanto, e está nesta situação de sucateamento completo, conforme o marítimo da TWB. O quadro é tão grave que o navio terá que sair do Terminal de Bom Despacho rebocado, possivelmente na semana que vem, com destino a Aracaju, onde será docado em um estaleiro.

Em tom de desabafo, ele revelou com exclusividade ao JORNAL DA MÍDIA que o processo de sucateamento do "Ivete Sangalo" vem se arrastando ao longo dos últimos 12 meses, sem que a Agerba, que é a agência responsável pela fiscalização da TWB, tomasse qualquer providência.

"O barco ("Ivete Sangalo") está totalmente sucateado. Ele está com um rasgo na popa há mais de cinco meses, o que provoca a entrada de água na praça de máquina do boreste (direita). Os eixos estão completamente empenados e foram desmontados. A embarcação vai para Sergipe rebocada em breve. A TWB não dá nenhuma manutenção aos navios e o risco de um acidente é mais que claro", sustentou o marítimos ao JM.

Imaginem, caros leitores, se esse navio que é um dos mais novos está nessa situação, como não deverão estar os demais do Estado, patrimônio público, operados pela TWB. Imaginem, também, como deverão ser devolvidas essas embarcações ao Estado, caso ocorra amanhã ou depois uma intervenção do Estado na TWB. Sinceramente, o dinheiro do cidadão baiano está indo para o ralo com tanta omissão do governo.

Entenda o Caso - Originalmente, o "Ivete Sangalo" foi concebido e construído para fazer a travessia entre Salvador e Bom Despacho no tempo médio de 30 minutos. Ultimamente, o navio estava levando nada menos que 1 hora e 10 minutos para cumprir o mesmo trajeto. Como isto começou a acontecer?

O "Ivete Sangalo" tem um sistema de propulsão composto por quatro motores. Por falta de manutenção, um desses motores pifou, foi desativado. Ficaram três. Com o empeno dos eixos, a TWB decidiu reduzir a rotação dos motores, que deveriam operar a 1.750 RPMs (rotação por minuto). Os três motores do "Ivete" estavam operando assim, antes de o ferry quebrar no último dia 4 de maio: um a 1.200 RPMs, outro a 1.300 RPMs e o terceiro a 1.350 RPMs.

Sem portência, o tempo de viagem passou a ser igualzinho ao de um ferry tradicional do Estado, também sucateado e que é explorado pela TWB. Por isso, tantas reclamações do usuários, mas que o Governo do Estado, por incompetência ou para proteger a TWB, como sempre faz, não toma qualquer providência.

Uma coisa escandalosa e muito perigosa. Uma irresponsabilidade, acima de tudo. Na Semana Santa, a situação se agravou tanto que o secretário Otto Alencar foi implorar à Capitania dos Portos para liberar dois navios. O ferryboat operou com apenas três, um fato inédito na história do sistema.

Portanto, se acontecer algum acidente grave envolvendo um navio do sistema ferryboat, que não se tome como surpresa. O Jornal da Mídia vem alertando desde 2007 que a situação é complicada. O sistema ferryboat, com a TWB, entrou em parafuso, literalmentem, no Governo Wagner, graças à omissão e ao protecionismo do governo para com a concessionária paulista.

E ao despreparo também da Agerba, que hoje é um órgão comandado por grupos políticos que a transformaram em um balcão de negócios e em um cabide de emprego para abrigar afilhados de partidos aliados ao Governo Wagner.

Uma coisa vergonhosa. O governo parece não se importar com uma situação tão séria como é a do sistema ferryboat da concessionária paulista TWB. Portanto, é torcer para que nada de mais grave aconteça na travessia de ferry entre Salvador e a Ilha de Itaparica. Mas se acontecer, os baianos já sabem quem são os culpados.

Fonte:Jornal da Mídia

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