Uma previsão razoável, ainda que preliminar, para a receita com as exportações de suco de laranja do Brasil este ano indica que os dólares gerados com os embarques podem crescer cerca de 20%, voltando aos níveis pré-crise, segundo afirmou Christian Lohbauer, presidente da BR Citrus, associação que reúne as principais indústrias do setor.
Em 2009, as exportações brasileiras de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) somaram US$ 1,61 bilhão, queda de 19% ante 2008, em meio a preços mais baixos. Porém, para este ano as cotações já apontam recuperação, com a expectativa de uma safra menor na Flórida, atingida por doenças e geadas. "Em função de melhoras de preço já verificadas, talvez possamos voltar para os níveis de 2008, quando o Brasil exportou US$ 1,99 bilhão", disse Lohbauer.
embarque. O Brasil, maior exportador mundial, embarcou no ano passado 1,3 milhão de toneladas de suco (em FCOJ equivalente), pequeno aumento de 0,7% ante 2008, segundo a BR Citrus, um volume maior do que a expectativa de dezembro da associação, que apontava para os menores embarques desde 2002.
De acordo com o executivo, os contratos de exportações no ano passado tiveram valores "muito ruins", de US$ 1 mil por tonelada, e os que estão sendo fechados para as exportações em 2010 estão acima de US$ 1,5 mil ou mais. "Isso é bom, remunera a indústria naquilo que ela não conseguiu ganhar em 2009 e vem até o final da cadeia, até o produtor", declarou.
A colheita da nova safra de laranja do Brasil começa oficialmente em junho. A alta dos contratos de exportação deve ser mais sentida na balança comercial do agronegócio no segundo semestre, segundo Lohbauer, quando o produto vendido com base nos novos contratos começa a chegar aos importadores.
flórida. Os novos acordos estão sendo feitos em meio à expectativa de que a safra da Flórida, principal produtor dos Estados Unidos, tenha sido fortemente afetada pelas geadas - amanhã, o governo americano divulga a sua primeira estimativa após o frio intenso do início de janeiro, que foi suficiente para congelar frutos. Em janeiro, o USDA estimou a safra em 135 milhões de caixas, ainda sem contar os efeitos do frio.
Os EUA, embora não sejam os principais importadores do suco do Brasil - posto ocupado pela Europa - definem o preço internacional, pois são produtores e consumidores. Já os brasileiros exportam quase toda a sua produção de suco congelado. Não seria a primeira vez em que o Brasil se beneficiaria de problemas na safra dos EUA. Há pouco anos, após furacões afetarem a produção na Flórida, o Brasil chegou a exportar mais de US$ 2 bilhões em suco de laranja ao ano, com a alta dos preços. "É em função dessa queda de oferta (nos EUA) que a gente surfa", destacou Lohbauer.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Da Agência Reuters)
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