Evento internacional reúne especialistas nesta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro para debater implicações para o Brasil das metas globais de redução de emissões definidas pela Organização Marítima Internacional (IMO). Mais de 170 países que fazem parte da organização chegaram ao que foi considerado o maior acordo climático do ano. Trata-se de uma meta de redução de 50% das emissões do transporte marítimo internacional até 2050 em relação aos níveis de 2008. Tal medida consolida a transição para uma nova economia, em que a competitividade será cada vez mais determinada pela intensidade carbônica. E quais as implicações deste acordo para o Brasil?
É um dos pontos que especialistas debaterão no Evento Internacional sobre Mudanças Climáticas e Transporte Marítimo. Este é o sexto encontro da série Diálogos Futuro Sustentável, realizada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pela Embaixada da Alemanha em Brasília.
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Na ocasião, os pesquisadores André Lucena, da Coppe/UFRJ, e Andrea Lucchesi, da Fipe/USP, debaterão os impactos das medidas de redução das emissões do transporte marítimo internacional para as principais commodities brasileiras, assim como contribuições para sustentabilidade e competitividade do comércio exterior do País trazendo dados das suas pesquisas mais recentes sobre o tema.
Alguns especialistas reunidos no evento incluem: Andrea Lucchesi, professora e pesquisadora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP); André Lucena, pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ); Isabelle Rojon, consultora na University Maritime Advisory Services (U-MAS); Charlotte Inglis, chefe do Programa Marítimo e Ártico da Fundação Europeia do Clima; Ricardo César Fernandes, diretor executivo da Associação Brasileira dos Armadores Noruegueses (ABRAN); Comandante Fernando Alberto Gomes Da Costa, Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil; Comandante Mario Bastos Ferraz de Mendonça, assessor do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma).
Sinal para inovação
Reconhecido como um dos modais mais eficientes do ponto de vista de emissões, o transporte marítimo é responsável hoje por 90% do comércio internacional e apenas 3% das emissões globais. No entanto, segundo estimativas da Organização Marítima Internacional (IMO), seguindo o ritmo de crescimento atual, o setor poderia chegar a 17% das emissões globais em 2050. Diante dessa tendência, mais de 170 países reunidos na IMO definiram uma meta de redução de 50% das emissões do transporte marítimo internacional até 2050, em relação aos níveis de 2008.
Tal meta é mais ambiciosa do que a definida pelo setor de aviação, por exemplo, no âmbito da ICAO – Organização Internacional de Aviação. Portanto, a decisão da IMO, celebrada como o maior acordo climático do ano, posiciona o setor de transporte marítimo na liderança da nova economia, cuja intensidade carbônica será cada vez mais determinante para a competitividade.
O acordo também pode acelerar a inovação do transporte marítimo, representando um forte sinal para a indústria naval e fornecedores de combustível para aumentar os investimentos em novas tecnologias e sua rápida implantação, incluindo combustíveis alternativos e sistemas de propulsão.