As novas tecnologias de conectividade a serem implementadas na indústria de petróleo e gás em plataformas e refinarias para otimizar a exploração e produção de óleo bruto e derivados devem agregar até US$ 250 bilhões de valor às operações nos próximos nove anos, até 2030. A projeção é de Nicolás Simone, diretor de transformação digital e inovação da Petrobras.
Em painel virtual sobre internet 5G na indústria, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o executivo da Petrobras estimou que 28% desse montante, ou US$ 70 bilhões, virão especificamente da tecnologia de sinal de nova geração e dos chamados satélites de órbita baixa (LEO, do inglês Low Earth Orbit), normalmente instalados entre 350 quilômetros e 1,4 mil quilômetros da superfície terrestre.
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Segundo Simone, entre US$ 160 bilhões e US$ 180 bilhões a serem agregados aos resultados das operações no período virão de infraestrutura já existente, como os satélites de média órbita (O3B), instalados a 2 mil quilômetros da terra e malhas de fibra ótica. Toda essa nova aparelhagem, a ser introduzida sobretudo em plataformas offshore, vai levar a uma redução de 20% a 25% no custo do barril de petróleo até 2030, projeta Simone.Ele afirmou que a Petrobras se prepara para incorporar essas tecnologias sobretudo em plataformas offshore. “Estamos implementando satélites de média órbita e baixa órbita e temos projeto para colocar fibra ótica e 5G em nossas plataformas, lembrando que trabalhamos a mais de 300 quilômetros da costa. Também trabalhamos a três mil metros de profundidade e estudamos como implementar wi-fi submarino, para robotização a essas profundidades”, disse.
O executivo informou que, com relação à conectividade de longo alcance, a Petrobras tem hoje sete plataformas em alto mar servidas por satélites de órbita média, número que deve chegar a 10 em meados de 2022. Depois, já com malha de fibra ótica, o plano é chegar a 13 plataformas servidas em 2023 e 24 unidades de produção em 2024. Quanto à conectividade de curto alcance, com tecnologia 4G e 5G, o plano é alimentar 11 navios-plataforma em 2022, 24 no ano seguinte e 29 em 2024.
O objetivo da companhia, resumiu Simone, é ter “alta conectividade, baixa latência e segurança” a partir da combinação redundante entre malha de fibra ótica e tecnologias 4G e 5G.
“Queremos chegar ao 5G, mas ter um ‘backup’ de malha ótica também”, afirmou.
Sem informar valores, ele disse que o orçamento destinado à segurança da rede em 2022 será sete vezes maior que o de 2019. Já a “baixa latência”, por ele mencionada, diz respeito à velocidade da internet e pode ser entendida como “pouco atraso” no tempo para um pacote de dados ir de um ponto a outro.
Todas essas tecnologias, disse, serão aplicadas de modo a oferecerem suporte remoto, com o objetivo de poupar especialistas de idas a plataformas e refinarias, além de robôs e drones submarinos. Uma dessas máquinas, o robô multivisão faz imagens de instalações para reparo e manutenção de forma independente e deve ter seu desempenho melhorado com o avanço de sinal.
Outro robô, nomeado Tupã, opera em ambiente offshore ou terrestre, munido de sensores, detectores e câmeras para inspeção visual, termográfica e de espectro sonoro para detecção de vazamento de gases.
Fonte: Valor