O Brasil deve consolidar sua posição como exportador líquido de petróleo nos próximos dez anos, com as exportações passando de 2 milhões para mais de 3 milhões de barris por dia. A previsão faz parte do caderno de Abastecimento de Derivados de Petróleo do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta terça-feira (24). Esse crescimento deve reforçar a relevância do Brasil no cenário geopolítico global da indústria do petróleo.
O documento traz análises detalhadas sobre o refino de petróleo, a dependência externa de derivados, e os impactos para o abastecimento nacional, fornecendo uma base sólida de dados para a sociedade brasileira. Embora haja investimentos para ampliar a capacidade de refino de petróleo no Brasil em 7% entre 2024 e 2034, como a conclusão do segundo trem da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) em Pernambuco e o projeto do Complexo de Energias Boaventura em Itaboraí/RJ, o país continuará importando volumes consideráveis de derivados. Entre os principais produtos que o Brasil seguirá importando estão óleo diesel, nafta e querosene de aviação (QAV). Por outro lado, o país deve registrar excedentes na produção de óleo combustível durante todo o período e alcançar superávit de gás liquefeito de petróleo (GLP) na segunda metade do decênio.
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O estudo também ressalta que, para atender à projeção de importação de derivados, especialmente óleo diesel, será necessária a ampliação da capacidade de refino e melhorias na eficiência operacional da infraestrutura logística. Além disso, o documento destaca o avanço de ações voltadas à descarbonização das refinarias e da infraestrutura logística, em linha com as metas de transição energética, apesar do aumento esperado na oferta e demanda de derivados no Brasil.