Levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta as oportunidades e os desafios para implantação de projetos de produção de novas energias no país rumo à descarbonização
Em todo o país há 94 pedidos para projetos de instalação de eólicas offshore e de hidrogênio, com potência instalada de 234 KW (GigaWatts). Destes, o Rio de Janeiro registrou 14 pedidos com potencial de gerar 24 GW, com investimentos na ordem de US$ 70 bilhões. Segundo a Firjan, o estado fluminense poderá liderar o país rumo a descabornização das suas fontes de energia.
As informações constam do documento "Transição e Integração Energética no Rio", análise produzida pela entidade, com base nos dados de 2024 do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e projetos privados. O estudo foi apresentado no evento Macaé Energy 2024, que ocorre no município do Norte Fluminense de 11 a 13 de junho.
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"Para isso, é importante que o país avance na Agenda Legislativa “Verde” e aprove o mais breve possível a regulamentação dos instrumentos para garantir um ambiente de negócios atrativo ao investimento", afirma o presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano.
O principal instrumento para o início desse desenvolvimento é a aprovação do PL 576/2011, em andamento no Congresso Nacional, para a regulação e instalação de eólicas offshore no país. "Essa pauta legislativa precisa ser tratada hoje para que o investimento potencial se torne realidade nos próximos cinco a 10 anos. Quanto mais atrasamos essas discussões, com a inserção dos conhecidos ‘jabutis’, mais atrasamos a transformação do potencial em emprego, renda e tributos reais", acrescenta Caetano.
No Rio, caso os 24 GW sejam usados, por exemplo, para a produção de hidrogênio de baixo carbono, estes projetos teriam capacidade para produzir 114 mil kton/ano de hidrogênio com uma equivalência energética de 0,21 MMbpd (6% da produção nacional de petróleo), ou 42 milhões de litros de gasolina C por dia (33% das vendas do país), e/ou 45 milhões de m3/dia de gás natural (150% do consumo industrial de gás natural do Brasil).