A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida de investimentos) teria crescido ainda mais no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2018 não fosse a base de comparação inflada pelas mudanças do Repetro, regime fiscal aduaneiro que suspende a cobrança de tributos federais na importação de equipamentos para o setor de petróleo.
Medida dos investimentos em máquinas, equipamentos, construção civil e pesquisa, a FBCF aumentou 2,9% no terceiro trimestre deste ano, em relação a igual intervalo do calendário anterior, puxado principalmente pela construção e pela produção interna de bens de capital. Vale notar que, entre julho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,6% ante os três meses antecedentes.
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Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, a importação de máquinas e equipamentos teve contribuição negativa para o desempenho dos investimentos por essa base de comparação. E o motivo é exatamente os números mais elevados registrados um ano atrás.
Por motivos fiscais, as plataformas de petróleo eram exportadas para uma empresa na Holanda, que alugavam a plataforma como serviço para o Brasil. Essa unidade não era, desta forma, contabilizado como ativo imobilizado nos balanços das empresas. Essa legislação mudou um anos atrás
“Houve uma mudança na legislação que permitiu esse registro e que gerou um grande 'boom' na estatística do terceiro trimestre do ano passado”, disse Rebeca. “Isso faz com que agora a base de comparação seja mais alta. Os investimentos teriam crescido ainda mais sem isso.”
No terceiro trimestre de 2018, a formação bruta de capital fixo cresceu 7,7% frente ao mesmo período do calendário anterior. Naquela divulgação, o IBGE explicou que a alta expressiva não influenciou o resultado do PIB como um todo.
Fonte: Valor