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Ocyan prevê adiamento de licitações, mas aposta em retomada de preços

A crise de preços do petróleo, motivada pelo efeito da pandemia de coronavírus e a guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, será temporária, mas pode atrasar novos projetos do setor e concorrências para contratação de equipamentos, de acordo com a visão da Ocyan, empresa de aluguel de sondas e plataformas do grupo Odebrecht. Esse cenário, porém, não deverá afetar as operações da empresa no curto prazo, pois todos os contratos da companhia têm vencimento, pelo menos, até meados de 2021.

“Do ponto de vista de Ocyan, [o cenário atual] não mexe nada com o planejamento estratégico, porque estamos com todos os ativos contratados”, afirmou o presidente da empresa, Roberto Bischoff, ao Valor. “[O cenário] talvez traga um pouco mais de volatilidade em termos de planejamento das “oil companies” [petroleiras], sobre como elas vão se reposicionar, atrasar um pouco projetos, ou não”, completou ele.


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Ontem, os preços dos contratos para maio do Brent recuaram 11,22%, fechando a US$ 30,05, na mínima desde janeiro de 2016. Os contratos para abril do WTI desvalorizaram 9,54%, a US$ 28,70 o barril, no nível mais baixo desde fevereiro de 2016.

“Isso deve ser uma situação temporária. Não acreditamos em preço de petróleo estável em patamar de US$ 30 a US$ 40 o barril. Trabalhamos no cenário de preço de petróleo mais na faixa de US$ 60, US$ 70, o que não elimina todas as consequências ligadas a essa volatilidade enorme que estamos vivendo”, disse o executivo.

“Realmente pode haver um impacto muito grande nos meses, ou anos, dependendo da extensão que essa crise atingir. Mas trabalhamos com cenário de equilíbrio entre US$ 60 e US$ 70, na visão de longo prazo. Passando por um período de volatilidade enorme, de grande instabilidade em mercados financeiros, as curvas de preço do petróleo de alguma forma devem retornar em um determinado horizonte de tempo”, completou.

Com relação à Ocyan, Bischoff explica que, em curto prazo, não haverá impacto. Isso porque todos os contratos de afretamentos de sondas e FPSOs (sigla em inglês para plataforma flutuante de produção e armazenamento de petróleo e gás natural) da companhia são de longo prazo.

“Hoje nós temos sete ativos, sendo cinco sondas e dois FPSOs contratados. Os contratos de sonda vencem ao longo de 2021 e 2022. Nenhum contrato tem vencimento para antes da metade do ano de 2021”, explicou ele.

Com esses contratos, e os contratos de dois navios do tipo PLSV, de lançamento de dutos, que foram encerrados em 2019 e, em seguida, transferidos para a Technip, a Ocyan alcançou faturamento da ordem de US$ 900 milhões no ano passado.

No caso dos FPSOs, a unidade “Cidade de Itajaí”, que opera no campo de Baúna, na Bacia de Santos, possui mais dois anos de contrato. A Ocyan e sua parceira Teekay Offshore estão em processo de renegociação do contrato com a petroleira australiana Karoon, que adquiriu recentemente o campo de Baúna da Petrobras.

Descolada da recuperação judicial de sua controladora, a Ocyan também participa de novas concorrências da Petrobras e de outras petroleiras no país. A meta é arrematar contratos nas áreas de perfuração, FPSOs, de equipamentos submarinos e serviços.

“Trabalhamos com números buscando triplicar o valor da empresa nos próximos cinco anos”, afirmou Bischoff, que assumiu a função em outubro do ano passado, vindo da petroquímica Braskem, onde fez longa carreira.

Questionado sobre o plano estratégico da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 75,7 bilhões até 2024, com foco em exploração e produção no pré-sal, Bischoff disse que o plano é pragmático e factível, podendo gerar oportunidades para a Ocyan. Segundo a estatal, três FPSOs estão em contratação e outros dois em planejamento.

“O plano da Petrobras é focado, pragmático e sinaliza claramente onde [ela] vai estar concentrando seus investimentos. O plano de negócios da Ocyan se encaixa muito dentro dessa visão, mas tem também um olhar forte para o mercado brasileiro em geral com outros atores”, disse o executivo. “Acreditamos muito que a Petrobras tem capacidade de implementar esse plano. Ele gera oportunidades para a Ocyan, dentro de cada um dos seus negócios e permite realmente essa agregação de valor que estamos planejando”, completou ele.

Fonte: Valor






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