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Petrobras acelera a estratégia com foco no pré-sal

Lançado há poucos dias, o plano de investimentos da Petrobras entre 2021 e 2025 é um passo na aceleração da estratégia adotada em 2019, que prevê foco na exploração e produção de petróleo na camada pré-sal, redução do custo de capital, reforço das práticas de sustentabilidade, com a criação de uma gerência executiva de mudanças climáticas, reformulação do centro de pesquisas da estatal e fomento a startups com novas tecnologias em sustentabilidade.

A empresa prevê investir US$ 55 bilhões entre 2021 e 2025, queda de 27% em relação ao plano anterior. “Entre janeiro de 2019 e setembro de 2020, nós pagamos US$ 77 bilhões em dívida e US$ 40 bilhões em juros, isso é o valor de mercado da francesa Total. Nosso foco é apoiar projetos que maximizem o retorno e reduzam o custo de capital. A transformação cultural da empresa é um desafio: o foco é valor, não volume”, diz o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Ele frisa que um exemplo da transformação se deu na pandemia: a empresa paralisou 62 plataformas cuja produção era pequena, mas tinha altos custos.


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Em refino, segmento em que prevê concluir a venda de oito refinarias em 2021, a estatal está investindo em biorrefinarias com hidrotratamento e espera a aprovação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) do diesel renovável. Um projeto de eficiência energética nas refinarias existentes será colocado em prática. Os custos com energia respondem por 53% da operação de uma refinaria. Em inovação, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) está sendo reformulado e serão reforçadas parcerias com startups que possam trazer inovações em sustentabilidade.

Enquanto algumas grandes petroleiras têm anunciado metas de neutralidade na emissão de carbono em 20 a 30 anos e investimentos em fontes renováveis, a Petrobras segue outro caminho. “O mundo está dinâmico demais, a vacina do coronavírus deverá chegar em tempo recorde. Não pode-se ter essa pressão social sobre metas, isso é natural, como cuidar da saúde. Não iremos fazer nada de forma atabalhoada, meu grande potencial está no oceano, onde eu tenho conhecimento. Mas em fontes renováveis, como eólicas e solares, não tenho esse conhecimento. O mundo está passando por uma revolução digital, por startups que trazem inovações muito rápidas, nós estamos de olho nisso e reformulando nossas áreas mais próximas a isso, como o Cenpes”, destaca Castello Branco.

Ele considera que um dos desafios que o Brasil terá nos próximos anos é regulatório. O regime de partilha, criado a partir da descoberta do polígono do pré-sal, em 2007, e que resultou em uma lei aprovada pelo Congresso em 2010, deveria ser eliminado: “Deveria se concentrar em concessão, nenhum país desenvolvido adota a partilha”. Para áreas localizadas no polígono do pré-sal e outras consideradas estratégicas, o CNPE decide se realizará rodadas de partilha ou se a Petrobras será contratada diretamente. Caso decida realizar licitações, o CNPE oferece primeiramente à Petrobras a preferência de ser operadora dos blocos a serem contratados. Quando a estatal manifesta interesse em atuar como operadora, ela deve informar em quais áreas deseja exercer esse direito, indicando sua participação no consórcio, que não poderá ser inferior a 30%. A Petrobras quer mais liberdade de ação. O executivo diz que o desinvestimento da empresa trará novos players e a necessidade de uma regulação mais ágil.

Fonte: Valor






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