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Produção de petróleo no Rio tem vantagem competitiva e produção de baixo carbono comparada ao cenário mundial, diz Firjan

A experiência do Rio em fornecer bens, serviços e equipamentos para a indústria marítima de petróleo e a pegada mais baixa de carbono na produção industrial fluminense, em comparação com o restante do mundo, colocam o Estado numa posição de vantagem competitiva no fornecimento global de insumos para a indústria de energia na transição energética. A conclusão é do coordenador de conteúdo de petróleo, gás e naval da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Fernando Montera.

“O fornecedor brasileiro tem uma emissão de carbono seis vezes menor do que a chinês na produção de um bem e 4,6 vezes menor do que a média global. Isso é um grande diferencial”, afirma.


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Montera diz que o Estado do Rio já se posiciona como um fornecedor para a indústria terrestre de petróleo do Nordeste, que tem se aquecido com a venda de campos maduros da Petrobras.

A Firjan lança hoje a edição de 2022 do anuário de petróleo, que reúne análises sobre a indústria de petróleo global. Este ano, pela primeira vez, a publicação conta com um caderno especial sobre transição energética. Na visão do vice-presidente da federação, Raul Sanson, será necessário vontade política e esforços de comunicação para o Rio conseguir aproveitar as oportunidades que surgirão com a transição energética: “Precisamos mostrar ao mundo que estamos preparados para tirar vantagens desse cenário. Falta uma política de Estado, que não seja de governo, para isso", afirma.

Dados da Firjan mostram que mais de 50% da mão-de-obra empregada exclusivamente no mercado de petróleo no Brasil está localizada no Rio. O Estado se beneficia do fato de abrigar as duas maiores bacias produtoras do país: Campos e Santos.

Com uma produção de quase 2 milhões de barris por dia de petróleo, o Rio representa cerca de 80% da extração nacional. Se fosse um país, o Estado seria o 10º maior produtor do mundo, aponta a Firjan. De acordo com estimativas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apresentadas no anuário, o Estado deve receber R$ 380,71 bilhões em investimentos em produção de petróleo entre 2022 e 2026.

Esse montante representa 89% dos R$ 427 bilhões previstos para todo o Brasil e inclui atividades como perfuração de poços, novas unidades de produção e revitalizações de plataformas. O valor teve um aumento de 32% em comparação com as estimativas para o período anterior. “O Brasil está conseguindo seguir um calendário efetivo de leilões de concessões de áreas e é por isso que teremos nos próximos anos um aumento na exploração e na produção”, diz a gerente da Firjan, Karine Fragoso.

Ela destaca que o aumento da produção de petróleo fluminense ocorre num momento de preços altos. A guerra na Ucrânia e a retomada do consumo global depois do período mais crítico da pandemia têm mantido o barril de petróleo próximo aos US$ 100 no mercado internacional. Com isso, este ano, o preço do barril de petróleo, em reais, equivale a cerca de R$ 600, mais alto do que no período de superciclo das commodities, entre 2010 e 2015 quando ficou próximo a R$ 200. A diferença se explica pela desvalorização da moeda brasileira atualmente. “Precisamos transformar isso em benesses para o Rio, em mais empregos e renda”, diz Fragoso.

Segundo a Firjan, com a retomada do setor, ocorreu um aumento de 146% nas vagas de trabalho abertas no mercado de petróleo no Rio. A gerente aponta que mudanças na indústria também vão transformar o perfil das contratações de trabalhadores: “A diversidade e complementariedade das fontes de energia têm aumentado e isso vai se refletir no profissional que essa indústria vai contratar. Os funcionários terão que ser "multifunções" e saber falar da indústria de energia como um todo, por exemplo”, diz Fragoso.

Fonte: Valor






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