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ABSA amplia operação doméstica de cargas aéreas

Atenta à recuperação do transporte aéreo de cargas no país, que acumula expansão de 18% no primeiro bimestre, a ABSA Cargo Airline inaugura em 22 de junho sua segunda rota doméstica, interligando os aeroportos internacionais de Guarulhos, Recife e Fortaleza. Há cerca de um ano, a ABSA iniciou sua primeira frequência nacional, entre Guarulhos e Manaus, que já responde por 38% das suas vendas no país.
"O Nordeste é a região do Brasil que mais cresce, mas ainda carece de infraestrutura. Vamos entregar ao Nordeste maior oportunidade de transporte aéreo de carga, com aeronaves de grande porte", afirma o gerente regional de vendas da ABSA, Alexandre J. Silva. A companhia tem como acionista o grupo chileno LAN.
O executivo acrescenta que enxerga uma oportunidade de a ABSA contribuir para o desenvolvimento de culturas da região Nordeste, como a pesca de atum, que só não se expandiram mais por falta de opção de transporte aéreo. A ABSA está recebendo seu terceiro cargueiro modelo 767-300, da Boeing, para 57 toneladas de carga. Cada aeronave é avaliada em cerca de US$ 80 milhões. Quando utilizada para transportar passageiros, ela opera voos de longo curso.
Com cinco frequências semanais de terça-feira a sábado, a ABSA começou a operar o voo para Manaus em março de 2009. Sete meses depois, dobrou a quantidade de voos por semana. De acordo com Silva, a ABSA já responde por 40% da demanda dessa rota, que está com uma taxa de aproveitamento das aeronaves de 97%.
O executivo conta que foi surpreendido pela demanda de cargas em Manaus. Segundo ele, parte da surpresa veio com a constatação de que a concorrência, de empresas como MTA Cargo e Beta Cargo, opera com aviões que têm menor capacidade de carga.
Gol e TAM também transportam cargas nos porões de seus aviões de passageiros tanto para Manaus quanto para Recife e Fortaleza. Segundo cálculo do brigadeiro Allemander Pereira Filho, ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, o limite dos aviões usados pelas duas empresas oscila entre 5 e 10 toneladas por voo, dependendo da taxa de ocupação.
A TAM informa que a sua divisão de cargas, a TAM Cargo, opera voos diretos em 43 aeroportos brasileiros, com coleta em 400 cidades e entrega em outros 4,2 mil municípios. A empresa usa os porões de suas 137 aeronaves e não divulga dados regionais. No primeiro trimestre, a receita dessa área acumulou R$ 256 milhões, um crescimento de 22,8% diante do mesmo período de 2009.
Allemander destaca que o aeroporto de Manaus foi o que teve a melhor performance no transporte de cargas no primeiro bimestre, entre os quatro principais terminais para essa finalidade. Em fevereiro, Manaus registrou expansão de 66,94%, considerando cargas domésticas e internacionais. Em janeiro, o crescimento foi de 66,56%, em relação ao mesmo período do ano passado. "Foi a aceleração da produção industrial", diz.
A ABSA também opera para mais de 35 destinos internacionais, como Estados Unidos, Chile, Colômbia, Venezuela, Argentina e Alemanha, com 300 funcionários.

Fonte: Valor Econômico/ Alberto Komatsu, de São Paulo


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