O novo aeroporto no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) é necessário. É o que afirma o titular da Secretaria do Turismo do Ceará (Setur-CE), Bismarck Maia. Para ele, o formato de parceria público-privada (PPP) é o ideal ao equipamento. “O aeroporto no Complexo, além de beneficiar o turismo, dando sustentabilidade ao Litoral Oeste, é natural, é quase que uma obrigação”, enfatiza.
A proposta inicial do Governo do Estado - que vem desde o primeiro mandato do governador Cid Gomes (2007 a 2010) -, previa a construção de um terminal exclusivo para cargas no local. Mas os primeiros relatórios dos estudos de viabilidade apontaram para a revisão desse planejamento. A ideia é acrescentar um terminal de passageiros no equipamento logístico. O trabalho é realizado pela empresa norte-americana Louis Berger, em parceria com a pernambucana Projetec, contratadas pelo Governo, como O POVO informou na edição de domingo.
“Não existe destino turístico sustentável, consolidado, sem aeroporto, e o ideal é que seja até 70 quilômetros de distância da Capital. Acima de 100 quilômetros não se consolida. O esforço do Estado é de ter uma estrutura pública e privada (de aeroportos); por isso, construiu o Aeroporto do Polo de Canoa Quebrada (em Aracati) e o de Jericoacoara (em Cruz)”, argumenta Bismarck Maia. O CIPP fica cerca de 50 quilômetros distante de Fortaleza.
Em entrevista ao O POVO, publicada no domingo, o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Roberto Smith, revelou a intenção de provocar uma PPP na construção do novo aeroporto. Para isso, tem o know how de ter sido oito anos presidente do Banco do Nordeste (BNB).
Bismarck segue a defesa de Smith. Para o secretário, já existem provas suficientes de que a iniciativa privada é parte importante no desenvolvimento de uma região. “Eu acho muito bom uma PPP. Está aí o exemplo do Castelão (estádio Governador Plácido Castelo, que é a obra mais adiantada do País para a Copa do Mundo de 2014). Pelo tamanho das iniciativas privadas que estão se instalando no Cipp, cabe uma parceria dessas, que é uma coisa absolutamente aceita pelo tamanho dos empreendimentos. Diferente dos outros aeroportos, que precisavam da indução do Governo”, sustenta.
Com o aeroporto no Complexo do Pecém, o Pinto Martins passaria a receber voos regionais e executivos. O superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no Ceará, Wellington Santos, não quis comentar sobre o novo equipamento - por não ser um projeto da Infraero e não ter conhecimento técnico sobre o assunto, justifica.
Wellington Santos reforça que o Pinto Martins está longe de esgotar a capacidade de expansão. “No que tem de estudo sobre isso, o Plano Diretor da Infraero, esse prazo vai até 2032”, diz. (Colaborou Artumira Dutra)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Além de servir a empresas a serem instaladas no Complexo do Pecém, o novo aeroporto atende a uma crescente demanda de passageiros no Litoral Oeste, que também terá o aeroporto de Jeri, já em construção em Cruz.
Reforma do Aeroporto Internacional Pinto Martins
O superintendente da Infraero no Ceará, Wellington Santos, informou que a reforma do Aeroporto Pinto Martins começará em abril. A conclusão da primeira etapa está prevista para dezembro de 2013, para atender à demanda da Copa de 2014.
O Pinto Martins terá capacidade para receber 9 milhões de passageiros por ano. A segunda etapa deve ser concluída em 2016, subindo a capacidade para 14,2 milhões de passageiros/ano. A escala atual do aeroporto é de 6,2 milhões de passageiros/ano. Em 2011, a movimentação do terminal (embarque e desembarque) foi de 5,2 milhões.
Para o superintendente, a questão da capacidade depende muito da utilização, porque o terminal ainda está ocioso em muitos períodos. A licitação da obra foi concluída com a apresentação do projeto básico.
fonte: O Povo (CE)/Andreh Jonathas
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