A integração modal dos transportes, ou seja, a ligação entre rodovias, ferrovias e portos, deve proporcionar aos portos cearenses uma importância maior na dinâmica da economia nacional, segundo a avaliação dos presidentes da Companhia Docas do Ceará (CDC), Paulo André Holanda, e da Cearáportos, Erasmo Pitombeira. Os dois lideram as empresas administradoras dos terminais do Mucuripe e do Pecém, respectivamente.
"90% daquilo que se exporta e importa no Brasil passa pelos portos, por isso temos que investir. Mais que isso, temos que olhar para os três meios de transporte. Agora, chegou o momento de uma modelagem no esqueleto dos nossos portos. O Nordeste vai se integrar sem dúvidas nenhuma a esse contexto de economia brasileira e mundial", afirmou o titular da Secretaria Especial dos Portos (SEP), o cearense Leônidas Cristino durante a abertura do VII Seminário SEP de Logística.
Docas do Ceará
Para a CDC, além da construção do terminal de passageiros do Porto do Mucuripe, que já conta com 40% da obra feita, uma parceria com governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza para obras de apoio já são costuradas. No caso do executivo cearense, Paulo André confia no VLT Parangaba-Mucuripe, que vem a reforçar o transporte de passageiros, além da construção de uma rodovia que vai da Ponte da Sabiaguaba às rodovias estaduais e federais, como reforço ao escoamento de cargas.
Via
Por parte da prefeitura, o presidente da CDC afirma ter um projeto para a realização da via desde a Ponte da Sabiaguaba até o Porto do Mucuripe. "Até três meses atrás estava tudo encaminhado e logo deve ser licitado", informou. Já para as ferrovias, ele afirmou que um outro estudo está em curso entre a SEP, o Ministério dos Transportes e o governo cearense para dobrar a velocidade do trem que chega ao porto. A obra que deve dar um impulso imediato às operações do Mucuripe é a dragagem do porto, que ainda aguarda a homologação da Marinha do Brasil. O aumento do calado fará com que navios de maior porte atraquem no terminal e, segundo garantiu Paulo André, em dezembro deve estar pronta.
Pecém
No Pecém, Erasmo Pitombeira diz que a ferrovia que atende ao porto atende dentro dos limites necessários para o funcionamento, mas algumas cargas necessitam de um modal mais adequado para potencializar as atividades do porto. "Nosso grande gargalo hoje é a falta de equiparação entre o necessário e o oferecido, o que vai ser suprido com a Transnordestina", confia. Para ele, cargas que possuem urgência de chegar ao destino poderão ser enviadas via trem de forma mais confiável pela velocidade que a via vai tomar.
Como apoio não só ao porto, mas também ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), o executivo planeja rodovias e aeroportos para a área.
Frustração na abertura
As discussões do governo para elaborar o pacote de portos estão centradas neste momento na revisão do arcabouço legal do setor. "A lei é de 93, tem perto de 20 anos e carece de adaptação para o tempo atual", disse o ministro da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino. Ele, porém, frustrou a plateia formada por operadores portuários de todo o País. "Todos querem que eu fale do novo modelo mas, evidentemente, não vou falar", adiantou.
Segundo informou Cristino, o pacote portuário vai complementar, em termos de modernização logística, os R$ 133 bilhões de investimentos em rodovias e ferrovias, anunciados pela presidente Dilma Rousseff em agosto passado. (AOL)
Relevância
90% de tudo que é importado e exportado no País passa pelos portos. Dado mostra a importância em modelar o sistema portuário nacional
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
PUBLICIDADE