A Algar Agro, braço do grupo mineiro Algar no setor de agronegócios, está ampliando seu portfólio de exportação de grãos. A empresa, que até então concentrava suas vendas externas em soja, passará também a embarcar milho. "É nosso ano de estreia, e um navio com 65 mil toneladas de milho sai em dezembro rumo ao Japão", afirmou Douglas Ribeiro, diretor de trading da companhia, ao Valor.
Além do carregamento para os japoneses, a meta da Algar Agro é enviar outras 135 mil toneladas da commodity ao exterior entre novembro e dezembro de 2015, totalizando 200 mil toneladas. A iniciativa vai ao encontro de duas estratégias recentes traçadas pela companhia: a diversificação de produtos e a busca pela ampliação da cobertura geográfica de originação (compra).
Com negócios tradicionalmente focados em Minas Gerais e no Nordeste do país, a Algar Agro decidiu expandir sua área de atuação para as mais tradicionais regiões produtoras de grãos, a exemplo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e dos Estados do Sul. "Esse navio para o Japão já vai com milho de Mato Grosso", disse Ribeiro. Países como Coreia do Sul e Irã também estão no radar da Algar Agro, por serem grandes importadores mundiais do grão.
No ano passado, a empresa embarcou 700 mil toneladas de soja. Para este ano, a expectativa é exportar 1 milhão de toneladas de soja e 100 mil toneladas de farelo, além das 200 mil toneladas de milho. Ribeiro não precisou a meta para os embarques de milho nos próximos anos, mas detalhou que para a soja a previsão é chegar a 2020 com exportações de 2,8 milhões de toneladas.
Para o restante de 2015, o executivo acredita que as vendas externas de soja e milho do Brasil apresentarão volumes superiores aos do ano passado, mas o preço médio "dificilmente" irá se recuperar, abalado pela desvalorização dos grãos na bolsa de Chicago. "Neste início de ano, temos exportado a cerca de US$ 370 por tonelada, praticamente US$ 100 por tonelada abaixo de um ano atrás", comparou. Entretanto, acrescentou ele, a alta do dólar frente ao real tem mais do que compensado a queda da receita.
Fonte: Valor Econômico/Mariana Caetano | De São Paulo
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