Com grande atraso, o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro será parcialmente inaugurado, em breve. Mesmo assim, possibilitará enorme alívio na movimentação no Grande Rio. Segundo se sabe, em março de 2014, irá operar trecho entre o acesso à Rio–Juiz de Fora (BR-040) e a ligação com a Via Dutra. Assim, uma carga proveniente de Minas, que se destine a São Paulo, não mais passará pela Avenida Brasil ou Linha Vermelha: seguirá pelo Arco, saindo de uma estrada federal para a outra. Mais tarde, será completado com a união à região do Comperj, da Petrobras, em Itaboraí, com a inauguração plena do Arco Rodoviário. Especialistas dizem que, já de imediato, os caminhoneiros irão ter redução no seu custo que poderá variar de 3% a 25%. São Paulo faz o mesmo, através de seu Rodoanel, até mais ousado do que o projeto fluminense.
É importante destacar que a operação do Arco irá direcionar os caminhões com mais rapidez para Dutra e BR-040. No entanto, se, na BR-040, a Concer já iniciou obras de modernização da Serra, o mesmo não ocorre na Via Dutra, onde a CCR ainda negocia com o Governo Federal. E todos sabem que a descida da Serra das Araras – onde a velocidade máxima é de 40km/h – não irá suportar aumento de fluxo, por se tratar de um trecho com traçado anacrônico. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) acaba de divulgar a radiografia das estradas, mostrando piora em relação ao ano passado. Em 2012, 62,7% da malha apresentavam “alguma deficiência no pavimento, sinalização ou geometria” e, este ano, o índice subiu para 63,8%.
Mas a análise da CNT merece crítica. Sobre a Via Dutra, afirma que o estado geral, pavimentação e geometria são bons e a sinalização é ótima, o que não corresponde à verdade. A ligação Rio–São Paulo tem alto índice de acidentes, pois evidencia saturação em quase todos os trechos próximos a cidades médias. Na entrada de Rio e São Paulo há congestionamentos diários, por longas horas. A concessionária CCR praticamente manteve o traçado antigo, em vez de modernizar a via, com túneis e suavização de curvas.
A descida da Serra das Araras, no trecho fluminense, é tão ruim que a velocidade máxima – cuidada por seis radares – é de 40km/h; não é necessário ser perito em transportes para saber que uma rodovia que, no século XXI, tem um trecho de seis quilômetros onde a velocidade máxima é de apenas 40km/h está doente. Em geral, especialistas em transportes elogiam os setores ferroviário e aquaviário, por serem mais econômicos e de menor agressão ambiental. No entanto, não há como fugir da realidade. Em um país onde 93% dos contêineres chegam aos portos por caminhão, sem melhoria nos acessos rodoviários as cidades iriam parar.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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