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Bezerra volta a criticar custo do frete em MT

O deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) voltou a ocupar o espaço para breves comunicações da sessão plenária da Câmara, para criticar os altos preços do frete cobrados pela América Latina Logística (AAL), detentora da concessão de exploração do transporte ferroviário no estado de Mato Grosso.
Bezerra citou reportagens da imprensa nacional e do estado, apontando que o frete da soja cultivada em Sorriso (maior produtor do Brasil, no Médio Norte de Mato Grosso), até Santos gira em torno de R$ 230 por tonelada, mais da metade do valor da cotação na cidade, atualmente R$ 377 por tonelada.
“É impressionante, mas o transporte rodoviário da soja mato-grossense até o porto santista custa três vezes mais do que o frete para levá-la até a China. Um absurdo: é mais barato mandar a soja brasileira para o outro lado do mundo do que transportá-la aqui dentro...”, observou.
Bezerra criticou o chamado “custo Brasil”, com rodovias em péssimo estado de conservação, ferrovias insuficientes, fretes absurdamente altos, grandes perdas no transporte, na armazenagem e no tratamento das matérias-primas, que leva os produtos nacionais a perdem competitividade no exterior.
“Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja, com 17,4 milhões de toneladas colhidas na última safra. Desse total, 8 milhões de toneladas serão consumidas pelo frete, que se tornou 25% mais caro neste ano. Eis aí um exemplo do verdadeiro ‘apagão logístico’ que, mais do que desfavorecer o presente, compromete o futuro do País”, criticou.
“O remédio contra esse mal seria o trem, responsável pela circulação de grande parte do que se produz nos Estados Unidos e na Europa. Não é, infelizmente, o que se vê em Mato Grosso, tantas são as críticas e reclamações feitas à América Latina Logística (ALL), que detém a concessão para explorar o transporte ferroviário no estado”, disse Bezerra.
A ALL - segundo os produtores - ressaltou Bezerra, cobra US$ 100 por tonelada, frete que poderia ser de US$ 60, para tornar-se competitivo com relação ao rodoviário. Como não há concorrência, os valores são praticamente os mesmos.
Conforme dados da ALL, o frete ferroviário é 15% menor do que o cobrado em rodovias, ganho a que se acrescenta outro: desde que se tornou concessionária na região, em 2006, o tempo de percurso do trem até o Porto de Santos caiu de 240 horas para 96 horas. Vantagens que, na opinião dos sojicultores, poderiam ser mais numerosas e mais expressivas.
Para Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja), “urge mudar a legislação brasileira que regulamenta a exploração do transporte ferroviário”. Ricardo Tomczyk, vice-presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis, pensa de maneira idêntica: “Falta um marco regulatório para a concessão de ferrovias. No Brasil, a empresa obtém a concessão e a explora da maneira que acha conveniente, mesmo quando o dinheiro público financia e arca com as despesas da ferrovia.”

Fonte:Olhar Direto/Da assessoria


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