O Brasil desembolsou aproximadamente US$ 2,3 bilhões em 2024 com custos de demurrage, sobre-estadia de navios nos portos para carga e descarga, segundo estudo da Bain & Company. Os gastos, concentrados no transporte de commodities como minério de ferro, soja, milho e petróleo, além da importação de insumos como fertilizantes e derivados de petróleo, refletem gargalos logísticos que encarecem produtos e afetam a competitividade do país no comércio exterior.
Mesmo com avanços recentes em infraestrutura portuária, a consultoria aponta que a gestão ativa de demurrage ainda é um desafio crítico. Com a movimentação de 1,32 bilhão de toneladas nos portos brasileiros em 2024 e previsão de aumento de 8% na atividade para os próximos anos, os custos tendem a crescer se medidas não forem adotadas.
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Em 2023, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) registrou cerca de 150 mil horas de paralisações, principalmente por fatores climáticos, congestionamentos e entraves burocráticos. A Bain recomenda ações estruturadas para conter as perdas, incluindo diagnóstico das causas-raiz por porto e tipo de carga, criação de equipes ágeis para gestão ativa do problema, revisão de processos e regras de negócio, e uso de ferramentas digitais e inteligência artificial para melhorar a tomada de decisões.
A consultoria afirma ter obtido reduções superiores a 50% no tempo de demurrage em projetos realizados em diferentes portos do país, indicando que melhorias operacionais e investimentos pontuais podem gerar retornos significativos em curto prazo.